Sócrates tem de Morrer

Um díptico de Mickaël de Oliveira

Sócrates tem de Morrer

Mickaël de Oliveira apresenta, este fim de semana no Teatro São Luiz, as duas peças que fecham a tetralogia que dedicou à reflexão sobre questões políticas. Com Albano Jerónimo como protagonista, A Morte de Sócrates e A Vida de John Smith contam no elenco com atores como Miguel Moreira, Paulo Pinto, Ana Bustorff ou Pedro Gil.

O díptico de Mickaël de Oliveira inscreve-se numa tetralogia que o dramaturgo e encenador português, nascido em Paris, dedicou à reflexão sobre questões políticas, e na qual estão incluídas, para além das duas peças que compõem Sócrates tem de morrer (2017-18), No(s) Revolution(s) (2015), A Constituição (2016) e A Sauna (2017).

Em A Morte de Sócrates, Oliveira parte de Fédon, de Platão, para acompanhar os últimos dias de Sócrates (interpretado por Albano Jerónimo) na prisão, à espera da execução. Ali, vários amigos íntimos equacionam a fuga, apesar do filósofo estar convicto de que a morte será preferível à vida. Depois de os convencer da inevitabilidade do destino para si traçado pelo tribunal ateniense, começa a arquitetar-se a utopia de um mundo livre, através da formação de um grupo terrorista e de uma Academia que perpetue, para lá da vida, o seu pensamento.

Em A Vida de John Smith, o filósofo acorda do longo sono da morte no corpo de John Smith e, muito provavelmente, num outro planeta. Aos amigos que conheceu, enquanto Sócrates, junta-se um trio de fiéis seguidores da Academia que o irão guiar pelo mundo que germinou da utopia, e que forma uma comunidade que dá primazia à alma em detrimento do corpo. Porém, uma ameaça real e humanamente monstruosa está prestes a surgir.

Apesar de construídos como episódios de uma só peça, os espetáculos podem ser vistos individualmente.