Lojas verdes

Sete espaços lisboetas amigos do ambiente

Lojas verdes

Ser 'verde' está cada vez mais na moda e ainda bem. No primeiro mês do ano em que Lisboa é considerada Capital Verde Europeia, fomos à descoberta de sete projetos 'verdes'. São sete marcas/lojas amigas do ambiente e dos animais, que arregaçaram as mangas com o objetivo de mudar mentalidades. Recorrem a materiais orgânicos, biológicos, lutam por um comércio justo e por reduzir a pegada ecológica.

Visitámos lojas de vestuário, calçado, cosmética, uma papelaria criativa, uma mercearia biológica e um espaço que, para além de ser um cabeleireiro sustentável, tem um café e uma loja amiga do ambiente. Em comum, têm a preocupação de agir hoje para garantir que haverá um amanhã.

Stró

A história da Stró começa em 2012, com o nome Agulha num Palheiro. Inicialmente dedicado a chinelos de retalhos, rapidamente o negócio de Cláudia Mateus cresceu, passando a produzir também mantas, cachecóis, chapéus, sacos e, mais recentemente, peças de vestuário. As matérias-primas utilizadas são todas sustentáveis, evitando materiais que dificultem o processo de reciclagem/compostagem. Os artigos da Stró são elaborados com pura lã virgem, lã churra, lambswool, algodão, linho e caxemira. Aqui não existe o conceito de coleção sazonal e todas as sobras de tecido são aproveitadas para elaborar artigos mais pequenos, evitando o desperdício. Os direitos dos trabalhadores são também uma preocupação da Stró, que paga aos seus funcionários ordenados acima da média e se preocupa em produzir em zonas do país com baixo nível de empregabilidade. Atualmente o negócio conta com três lojas: duas na Rua da Escola Politécnica, mais dedicadas aos produtos de linho, e a mais recente, na Rua de São Mamede, onde se encontram os artigos de lã.

Rua Nova de São Mamede, 66

216 089 620

www.by-stro.com

 

Azert

A Azert existe há cinco anos. Esta “papelaria criativa”, como a dona, Marta Borges, lhe chama, nasceu do desejo de ter um negócio próprio. Cansada de trabalhar na área da ótica, Marta resolveu instalar-se em Alvalade. Inicialmente, o projeto abriu portas no Centro Comercial Roma, tendo mudado, um ano depois, para a atual morada, na Rua Dr. Gama Barros, não muito longe da primeira. O espaço vende os mais variados artigos em papel, seja para crianças ou para adultos. Aqui encontra brinquedos, malas de cartão, puzzles, calendários, ‘scrapbooking’, papel de embrulho, papel para origami, paperdolls, agendas, etiquetas, máscaras de papel, balões, e muito mais. É tudo produzido com materiais reciclados (e recicláveis) amigos do ambiente. A ideia é reduzir a pegada ecológica e contribuir para um mundo mais verde.

Rua Dr. Gama Barros, 37 B

912 325 137

www.azert-paperstore.com/

 

Couve

Vasco Monteiro é o proprietário da Couve, uma loja de calçado vegan onde artigos de pele não entram. Vegetariano há 19 anos e de espírito empreendedor, foi numa viagem que fez a Nova Iorque que lhe inspirou a ideia para o negócio. Na altura ficou fascinado com o conceito de uma loja que visitou, a Mooshoes (loja de calçado livre de crueldade animal) e percebeu que podia trazer a ideia para Portugal, de uma forma mais personalizada. Seguiu-se então uma busca por fornecedores e marcas com que se identificasse mas que fossem, ao mesmo tempo, vegan, ou seja, que não usassem pele nos seus materiais. Ao contrário do que se poderia pensar, não foi assim tão difícil. A localização também não foi deixada ao acaso. A loja situa-se nos Anjos, uma zona a fervilhar com novos projetos alternativos e culturais. Aqui encontra calçado e acessórios como gorros, cintos, meias, cachecóis, mochilas e até livros de culinária vegan. A ideia de Vasco Monteiro, que tem cerca de 9 marcas diferentes no seu espaço, é “normalizar o consumo de produtos vegan”.

Rua Maria, 47 A

218 121 057

www.facebook.com/pg/couvelisboa

 

Armazém das Malhas

Tiago e Tomás Marques são dois irmãos que herdaram o negócio do avô, o Armazém das Malhas. O conceito surgiu em 1941, na Rua dos Fanqueiros, tendo passado, nos anos 60, para a zona dos Anjos, onde se mantém até hoje. A decoração vintage da loja tem tudo a ver com os produtos que ali se vendem, que são intemporais. Como o nome indica, aqui comercializam-se artigos de malha, desde camisolas, cachecóis, chinelos, meias, echárpes, mantas e gorros, mas também acessórios como cintos ou carteiras. Esta marca de comércio justo preocupa-se em reduzir a pegada ecológica, recorrendo a produção 100% nacional. Os materiais utilizados não são nocivos para o ambiente e não existe exploração de mão-de-obra. O segredo da longevidade, segundo os donos, é a sua relação qualidade/preço, que tem levado a loja a manter uma clientela fixa. Aqui encontra básicos de qualidade, práticos e versáteis, das mais variadas cores. Os produtos estão à venda na loja do Forno do Tijolo, mas também noutros pontos de Lisboa, ou em plataformas online no estrangeiro.

Rua do Forno do Tijolo, 50A

218 145 034

www.armazemdasmalhas.com/

 

Maria Granel

Foi em 2013, numa viagem a Berlim, que Eunice Maia e o marido Eduardo tiveram a ideia de abrir a Maria Granel. Encantados com a oferta de lojas deste género, o açoriano e a minhota perceberam que Portugal continuava a anos-luz dessa realidade, e decidiram trazer o conceito para cá. Dois anos depois, abria o primeiro espaço, em Alvalade. A ideia é recuar no tempo, para uma altura em que quase tudo se vendia a granel, evitando o desperdício e embalagens desnecessárias. Aqui vendem-se produtos biológicos de consumo consciente, desde café, a todo o tipo de cereais ou especiarias, sementes, gomas vegan, sal ou bolachas. A loja de Campo de Ourique, que abriu devido à necessidade de ter um espaço maior, dividide-se em dois pisos: no primeiro estão os produtos alimentares e, no piso de baixo, artigos de higiene pessoal e para a casa. Também há uma cozinha que serve de apoio aos workshops de macrobiótica e espaço para receber palestras de sensibilização. O objetivo da Maria Granel é despertar consciências e alertar para um consumo consciente, diminuindo o desperdício alimentar.

Rua Coelho da Rocha, 37

214 056 077

www.mariagranel.com/

 

Pikikos

Natasha Cálem abriu a Pikikos há cerca de um ano. Ligada à área da responsabilidade social e da sustentabilidade, quis abrir um negócio que fosse três em um: Cut, Care, Coffee, um espaço que é simultaneamente cabeleireiro, loja e café, tudo amigo do ambiente e do bem-estar animal. Para ter uma ideia, a água usada na lavagem dos cabelos é utilizada nas descargas do autoclismo, e o mobiliário é feito com materiais amigos do ambiente. Se não se importar de lavar o cabelo com água fria, recebe um café. A loja vende produtos de materiais orgânicos, como velas ou detergentes feitos a partir de óleo alimentar usado. Mas há também uma vertente social: o café de especialidade, feito à mão e de certificado biológico, promove o comércio justo; os artigos de decoração são feitos em bairros sociais na Índia ou no Nepal, e, ao fim de três cortes de cabelo da mesma criança, é oferecido um a uma criança de uma IPSS. Este é o único espaço do género em Lisboa, mas Natasha pretende abrir mais. O objetivo é ser uma plataforma de sustentabilidade que ajude causas sociais e ambientais.

Rua 4 Infantaria, 53C
1350-243
917 849 132

www.facebook.com/PikikosCutCareCoffee/

 

Organii

A Organii surgiu há cerca de 11 anos, fruto de uma necessidade. Cátia Curica, farmacêutica de formação, sofria de diversas alergias. Depois de experimentar produtos biológicos adquiridos no estrangeiro e de ter percebido que isso fazia a diferença, decidiu, juntamente com a irmã, Rita, abrir em Lisboa um espaço ‘bio’. Nascia, assim, a Organii, uma marca de cosmética biológica que vende cremes, champôs, desodorizantes, sabonetes, maquilhagem e produtos de higiene oral, tudo livre de corantes e conservantes sintéticos ou aditivos químicos. Quando ficou grávida, Cátia decidiu abrir um espaço especificamente para bebés, com produtos de higiene, brinquedos ecológicos e roupa de algodão orgânico. A Organii vende sobretudo marcas internacionais, tendo criado, recentemente, a sua própria marca, a Unii, que produz produtos sólidos como sabonetes, champôs e até pasta de dentes. A primeira loja das duas irmãs abriu no Chiado, em 2009. Seguiram-se Alvalade, a LX Factory, o Príncipe Real e o Porto, mas a ideia é abrir espaços noutras zonas do país.

Lx Factory

Rua Rodrigues de Faria, 103

218 218 519

https://organii.com/