Os dias de Margarida Campelo

As sugestões culturais da cantora e compositora

Os dias de Margarida Campelo

Um filme incontornável da história do cinema, duas exposições e dois concertos são as escolhas da autora de Supermarket Joy, Margarida Campelo, para esta semana.

Margarida Campelo é uma das mais interessantes artistas do panorama musical atual e alguém a ter debaixo de olho. Membro dos Cassete Pirata (que, no mês passado, esgotaram o Musicbox em duas datas), é também colaboradora assídua de Bruno Pernadas, Joana Espadinha, Minta & the Brook Trout ou Julie & the Carjackers. No ano passado, estreou-se a solo com Supermarket Joy, cuja sonoridade viaja pela pop, dance music, R&B ou jazz experimental. Este mês, podemos vê-la em modo natalício no palco do Musicbox quando, no dia 21, a cantora apresentar um espetáculo inédito rodeada de convidados, como Femme Fallafel, Filipe Melo, Samuel Úria e a família Isabel, Guilherme e Joana Campelo.

Fay Victor e Sam Newsome

13 de dezembro, às 19h30
Teatro do Bairro Alto (TBA)

Sendo a música o seu habitat natural, Margarida não podia deixá-la de fora das suas escolhas. A primeira sugestão musical é um concerto que acontece no próximo dia 13, no TBA, e que junta Fay Victor (cantora e compositora americana de free jazz) a Sam Newsome (saxofonista de jazz experimental). “O TBA é um sítio onde gosto muito de ir porque tem sempre uma programação de exploração e free jazz que não desilude. Não conheço Fay Victor e Sam Newsome, vou completamente à descoberta neste concerto, mas confio que vá ser um espetáculo interessante de música exploratória”, declara.

Superbox (Blu & Exile + DJ Spot + Sam the Kid dj set)

14 de dezembro, às 00h
Musicbox

A outra sugestão musical de Margarida acontece no Cais do Sodré. “Adoro o Musicbox, tem sempre uma programação disruptiva”, diz. No próximo sábado, é aqui que decorre o encerramento da temporada Superbox, uma festa dedicada à música de dança em ambiente intimista. À meia-noite, sobe ao palco a dupla norte-americana de hip hop Blu & Exile, que se estreia no nosso país com a apresentação do terceiro disco, Love (the) Ominous World. A noite conta ainda com atuações de DJ Spot e de Sam The Kid (em formato DJ set), que Margarida não quer perder: “Sou muito analfabeta no que toca ao hip hop, por isso comprei bilhetes para assistir a estas atuações, que saem da minha zona de conforto musical”. Como nota final, será nesta mesma sala que a multi-instrumentista irá apresentar o seu concerto de Natal, a 21 de dezembro.

Janela Indiscreta (1954, de Alfred Hitchcock)

15 de dezembro, às 19h30
Cinema Nimas

Inserido no ciclo Prendas de Natal, o Cinema Nimas recebe o clássico de Alfred Hitchcock  Janela Indiscreta, uma das mais aclamadas obras do realizador britânico. A ação acompanha o fotógrafo L. B. Jeffries que, por estar imobilizado com uma perna engessada, decide passar o tempo a bisbilhotar a vida dos vizinhos através da janela das traseiras do seu apartamento. “Janela Indiscreta é um filme que adoro e que me fez muita companhia durante a pandemia, mas que nunca tive oportunidade de ver em grande tela. Gosto muito de Hitchcock e das bandas sonoras dos seus filmes, e adorava ir a esta sessão no Nimas, que é um espaço de que gosto muito”, refere.

William Klein – O mundo inteiro é um palco

Até 3 de fevereiro de 2025

Anthony McCall – Rooms

Até 17 de março de 2025
MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia

Para Margarida, “o MAAT é um sítio lindo”, e, por isso, lamenta nunca ter “muitas oportunidades para ver exposições”. Fã confessa de fotografia, a artista sugere uma visita à exposição de William Klein (1926-2022), um dos fotógrafos mais influentes da segunda metade do século XX. A mostra inclui fotografias de rua, moda, cinema e produção editorial que transportam o público até Nova Iorque, Paris, Roma, Moscovo e Tóquio. Ainda no MAAT, Margarida aconselha a exposição do artista britânico Anthony McCall. Chama-se Rooms e inclui quatro instalações fílmicas que fluem no espaço como esculturas imateriais de luz e fumo, mas aparentemente tridimensionais. “Uma exposição de luzes é uma coisa pouco comum, e deixou-me muito curiosa”, confessa.