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Os dias de Catarina Dias
A agenda cultural da artista visual
Várias exposições, dois livros e um passeio à beira-rio são as sugestões de Catarina Dias para esta semana. A artista antecipa ainda dois eventos a acontecer mais para a frente, já no novo ano.
Ao longo da sua carreira, Catarina Dias tem desenvolvido um trabalho centrado na prática do desenho e da pintura, bem como nas suas derivações plásticas e conceptuais. Nascida em Londres, a artista tem atualmente obra exposta na Sala do Cinzeiro, no MAAT, numa mostra onde explora encontros e desencontros entre imagens e palavras. Inverted on Us, patente até março de 2025, reúne peças trabalhadas digitalmente, impressas em papel e posteriormente pintadas à mão. Ali, Catarina Dias propõe um confronto entre o aparente e o imperceptível, o legível e o indecifrável, num apelo à atenção do olhar do espectador, revelando campos e dimensões sobre os quais este não está treinado a reparar.
Alexandre Estrela – A Natureza Aborrece o Monstro
Até 2 de fevereiro de 2025
Culturgest
José Loureiro – Beco das Flores, Canedo do Mato
Até 11 de janeiro de 2025
Galeria Cristina Guerra
Jumana Mann – Broken, Taken, Erased, Tallied
Até 24 de janeiro de 2025
Rialto6
Stefan Vogel – Cenas
Até 18 de janeiro de 2025
Galeria Jahn und Jahn
António Neves Nobre – Laboratório de Próteses
De 17 de janeiro a 8 de março de 2025
3+1 Arte Contemporânea
Como artista, Catarina Dias não poderia deixar de sugerir a visita a exposições. As escolhas recaem sobre as mostras de Alexandre Estrela, na Culturgest; José Loureiro, na Galeria Cristina Guerra; Jumana Mann, na Rialto6, e Stefan Vogel, na Galeria Jahn und Jahn, porque “todos os artistas destas exposições possuem uma elegância rara no contexto atual”. A artista sugere ainda Laboratório de Próteses, exposição de António Neves Nobre que tem inauguração marcada para dia 17 de janeiro, na galeria 3+1 Arte Contemporânea.
O Crepúsculo do Mundo
de Werner Herzog
Editora: Zigurate (junho, 2023)
O Fogo e o Relato
de Giorgio Agamben
Editora: Boitempo (Brasil)
A saga de Hiroo Onoda, o soldado japonês que, durante décadas, se manteve no seu posto sem acreditar que a segunda guerra mundial tinha acabado, é uma das sugestões de leitura de Catarina Dias, até porque a artista considera que “ler um livro de Herzog é sempre uma experiência profunda e intensa”. Outra das escolhas é O Fogo e o Relato, de Agamben, um livro de ensaios sobre a criação, a escrita, a arte e os livros. “O ato de ler, toda a sua potência transformadora, a relação vida/obra fazem parte de um mistério que nos anima”, diz Catarina.
Passeio de bicicleta junto ao Tejo
Catarina Dias é uma entusiasta dos passeios de bicicleta, por isso, esta sugestão era incontornável. “Embora haja vários obstáculos desagradáveis, como o excesso de turismo e zonas francamente difíceis de circular tanto a pé como de bicicleta, não deixa de haver uma relação muito direta com o rio que é bastante revigorante”.
Waed Bouhassoun – O Canto da Montanha
18 de janeiro de 2025, às 21h
Fundação Calouste Gulbenkian
Apesar deste concerto não acontecer esta semana, Catarina Dias não podia deixar de o sugerir. “Waed Bouhassoun tem-nos trazido uma profunda investigação das raízes da música síria, da poesia mística e profana, árabe e pré-islâmica, sempre acompanhada pelo seu oud. Profundo e encantador”. O espetáculo que Waed leva à Gulbenkian resulta dessa investigação em torno dos cantos presentes nos rituais funerários da montanha Jabal al-Druze, onde a intérprete síria cresceu.