Um ovo, uma galinha, vegetais e outros que tais

O FIMFA Lx regressa em maio com mais de 20 espetáculos

Um ovo, uma galinha, vegetais e outros que tais

Um dia por cada ano de festival. De 8 de maio a 1 de junho, celebram-se os 25 anos do FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, numa edição que se distribui por dez espaços da cidade e que traz muitas criações de mulheres.

Partilha, risco, tolerância e empatia – são estas as quatro palavras escolhidas por Luís Vieira e Rute Ribeiro para definir os 25 anos de FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas. “Temos desejos, sonhos, ideias e projetos, vontade e coragem, mas estes não parecem ser tempos para sonhadores. O mundo mudou. Precisamos de construir novos horizontes, recuperar a confiança, abrir a imaginação e deixarmo-nos levar pela beleza, pela poesia e pelo extraordinário. Celebrar o poder das artes da marioneta e de todos estes artistas que continuam a usar o seu poder para desafiar, inspirar e ligar-nos, sem fronteiras ou cores. Esta edição celebra uma aventura artística e presta homenagem a todos os que partilham a sua criatividade, as suas preocupações, o seu engenho, o seu humor e as suas emoções connosco e com o público”, escrevem sobre a 25.ª edição do FIMFA, que acontece de 8 de maio a 1 de junho.

Durante 25 dias, são mais de duas dezenas os espetáculos apresentados pelo festival, em várias salas de Lisboa. Como sublinha Rute Ribeiro, esta edição traz propostas bem diferentes e várias criações de mulheres. É o caso do espetáculo de abertura, no Teatro São Luiz: Uma Casa de Bonecas, inspirado na peça de Henrik Ibsen, encenado por Yngvild Aspeli, de quem já vimos Moby Dick, na edição de 2021, hoje considerada uma das principais figuras mundiais das artes da marioneta. Uma peça com marionetas de tamanho humano, com as quais contracena, e que traz a Lisboa com a sua companhia Plexus Polaire.

Outra adaptação de um clássico é A Sagração da Primavera, dos italianos Dewey Dell, que sobe ao palco do Teatro Variedades, em coprodução com o Teatro Nacional D. Maria II. “Um coletivo que há muito tempo queríamos trazer ao festival”, aponta Rute Ribeiro, falando destes criadores (três deles, filhos do dramaturgo e encenador Romeo Castellucci) que põem em cena a obra de Stravinsky com figurinos inspirados em insetos.

“Epidermis Circus: The Weirdest Puppet Show You’ve Ever Seen”

Também em destaque,  Epidermis Circus: The Weirdest Puppet Show You’ve Ever Seen, da companhia canadiana SNAFU – Society of Unexpected Spectacles, que “mistura teatro de objetos e projeção ao vivo, explorando o corpo humano de forma surreal e provocadora”. Entre os artistas portugueses, haverá espetáculos d’ A Tarumba (Luís Vieira e Rute Ribeiro apresentam Dramas Curtos em Miniatura), do Teatro de Marionetas do Porto, da companhia Limite Zero, de Sonoscopia & Teatro do Ferro e de Ricardo Ávila com o Vumteatro. Ao todo, são 13 os países no FIMFA, que mostram marionetas e formas animadas tão diferentes como robots aspiradores, facas voadoras, ovos e galinhas (afinal, quem nasceu primeiro?) ou marionetas microscópicas.

Em palco, as artes performativas unem-se à pintura, ao vídeo, à ciência e à literatura. Quase parece não haver limites. Como afirmam Rute Ribeiro e Luís Vieira, “criadores de várias latitudes, e sem medo de arriscar, partilham a sua visão do mundo, despertam emoções e questões, através de propostas artísticas multiformes e invulgares. Os artistas convidados jogam com os sentimentos, o que liga as pessoas, a sua relação com os sítios e os objetos. Observam o mundo. Mostram outras formas de ver e apreender o que está ao nosso redor”.

25 anos depois, o FIMFA continua a abrir horizontes em Lisboa. “Ainda estamos aqui!”, garantem os seus diretores artísticos. E nós, com eles. É estudar a programação e preencher a agenda de maio.