Uri Zohar – O inventor do moderno cinema israelita
Ao falar-se de Uri Zohar (1935-2022) vê-se, muitas vezes, associado o nome de Jean-Luc Godard. Ainda que os dois realizadores não se tenham conhecido (pelo menos, que esteja documentado) o impacto da presença de Zohar no panorama de um novo cinema israelita (a que se veio denominar Nouvelle Sensibilité), a cronologia histórica em que operou, e as particularidades das suas decisões profissionais, parecem cruzar-se, em certa medida, com o percurso deste cineasta francês. (…)
De facto, Zohar, nascido em Tel-Aviv, filho de imigrantes judeus vindos da Polónia, cimentou a sua marca no cinema israelita logo à primeira, com o ambicioso e experimental Hor Ba Levana em 1964 (“Um Buraco
na Lua” na tradução para português), instaurando uma liberdade estilística inédita neste cinema até então, que lhe proporcionou a seleção para a Semana da Crítica em Cannes. (…)
O Ciclo inclui a totalidade dos filmes realizados por Zohar e ainda alguns filmes em que interveio enquanto ator ou co-criador bem como um documentário sobre o seu inesperado percurso de conversão religiosa (todas as obras a apresentar são primeiras apresentações na Cinemateca e serão exibidas em cópias digitais, fruto da colaboração com a Cinemateca de Jerusalém). Complementarmente ao Ciclo, no dia 12 de outubro pelas 18h00, a Sala Luís de Pina irá acolher uma conferência sobre o cinema de Uri Zohar por Ariel Schweitzer, na qual serão exibidos também excertos menos conhecidos desta obra essencial da História do cinema de Israel. (Cinemateca Portuguesa)
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