Adrien Missika

Numa série de intervenções performativas ao longo da última década, Missika contorna as delicadas exigências do parentesco ecológico desencadeadas pelos princípios des/organizadores da nossa era.

Que deveres de cuidado e formas de coabitação exigem os nossos tempos conturbados? Com que tipo de seres nos identificamos? Quem merece o nosso afecto e atenção? Aceitando as lições do amor-perfeito, Missika rega as ervas espontâneas do passeio e lava a fuligem das folhas enegrecidas das plantas que crescem debaixo das autoestradas numa sincera performance de intenções puras.

Contudo, noutras situações, encena o drama das propostas indesejadas, sendo afectuosamente rejeitado por um cacto Saguaro. Ou vendo-se reflectido em cenouras gémeas. Nos vibrantes excessos do pensamento selvagem, as relações botânicas e sociais interpenetram-se, baralhando as divisões de espécie, género e família. As plantas não são um mero símbolo de parentesco, elas são família. 

Dehlia Hannah

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