Piero della Francesca

A pintura de Pietro della Francesca (c. 1412-1492), rigorosa e erudita, aplicou de forma radical os princípios do Renascimento, tanto no rigor histórico das narrativas, como na exata construção do espaço e das figuras.

Santo Agostinho e São Nicolau Tolentino, duas obras que disso são exemplo, estão agora expostas lado a lado na Sala do Tecto Pintado do Museu Nacional de Arte Antiga. As pinturas – a primeira, do acervo do MNAA, e a segunda, pertencente ao Museo Poldi Pezzoli, em Milão – faziam parte do políptico do convento de Santo Agostinho de Borgo Sansepolcro, terra natal e de residência de Piero, uma obra contratada em 1454, mas só concluída em 1469.

A tábua central, dedicada à Virgem, desapareceu, mas conservam-se as tábuas maiores: Santo Agostinho, o arcanjo São Miguel, São João Evangelista e São Nicolau Tolentino. Santo Agostinho e São Nicolau Tolentino, as pinturas agora apresentadas, iniciavam e fechavam o corpo central do retábulo, cuja qualidade faz jus às palavras de Vasari que, em 1550, escrevia serem as pinturas “coisa muito de louvar”.

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