António Palolo na Coleção Manuel de Brito
Em 2025 cumprem-se 25 anos sobre a sua morte prematura. António Palolo é hoje o artista português mais falsificado com centenas de obras apreendidas pela Polícia Judiciária.
Pelo respeito pela sua memória e como conhecedora da sua obra, desde 1964 até à sua morte, sinto-me na obrigação de organizar uma exposição para esclarecer os muitos colecionadores que têm obras falsas e também os estudiosos e curadores da sua obra.
Em 1964, António Palolo, de 17 anos, fez a sua primeira exposição individual na Galeria 111, sendo o terceiro artista de Évora a expor na recém inaugurada galeria, a seguir a Joaquim Bravo e Álvaro Lapa e antes de António Charrua.(…)
A sua pintura é, desde o início, uma explosão de cores vibrantes com uma forte influência da corrente Pop, onde riscas e círculos se interligam. Como muitos outros jovens António Palolo foi mobilizado para Angola. Mesmo num cenário de guerra pintou uma série de pequenos guaches, agora expostos, num dos quais três soldados, com os braços amputados, atuam num palco feérico de cor tendo como cenário um céu azul com nuvens brancas.
Regressado a Lisboa pinta o Jardim das Delícias em que grandes janelas se abrem e vemos árvores carregadas de frutos, o céu com nuvens e um regato. Outro tem um pôr do sol numa paisagem verde tudo enquadrado por uma janela pintada com as cores primárias. Momentos felizes depois do horror da guerra. Estas paisagens imaginárias são o tema de várias obras agora expostas no CAMB. Pouco a pouco, vai depurando o discurso pintando enormes quadros só com riscas com uma grande diversidade de cores. Com o tempo as riscas vão sendo cada vez mais finas até serem só um risco. Nos anos 80 faz pintura com figuração humana. Nesta exposição apresentamos pinturas de 1961 a 1984.
Maria Arlete Alves da Silva
Terça a sábado, das 10h às 19h
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