Eu não Sou eu nem Sou o Outro
(…) O conjunto de trabalhos que aqui se apresentam, tenta pôr em diálogo diferentes níveis de práticas e de leituras. Partiu de um convite individual a quatro fotógrafos, com diferentes abordagens do fotográfico e cada um deles escolheu uma imagem de quem os convidou para criar um diálogo entre duas subjetividades distintas. O resultado é um corpo complexo de imagens que refletem interesses individuais e diferentes modos de entendimento da fotografia, onde cada um pode estabelecer linhas de interpretação, criar relações, refazer percursos do olhar, interrogar-se e deixar-se interpelar ou apenas deambular no labirinto que lhe oferecemos.
Da representação tradicional às práticas mais experimentais, encontramos um denominador comum que se traduz no interesse e preocupação pela materialidade da imagem fotográfica enquanto objeto. Se a representação é sempre uma construção, uma forma particular de entender o mundo e a relação que estabelecemos com ele, a sua materialização, o seu lado de artefacto, influencia o modo como a recebemos e construímos o sentido.
No fazer da imagem, há sempre um outro que nos surge, familiar ou distante, que emana do fazer, da representação, um outro que nos confronta. Neste encontro com este outro, acabamos por nos confrontar com o outro de nós mesmos. Agora, enquanto espectadores, é a vez de partirmos à descoberta deste outro.
Francisco Feio
Quinta e sexta, das 16h às 19h, sábado, das 15h às 19h
Ficha técnica:
Artistas: São Trindade, Pedro Loureiro, Martim Ramos e Luís Aniceto
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