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Uma solidão demasiado ruidosa

B. Hrabal/A. Simão

teatro
27 agosto a 19 setembro 2020
ter: 19h; qua: 19h; qui: 21h; sex: 21h; sáb: 16h, 21h
Teatro da Politécnica
Uma solidão demasiado ruidosa

Em 1997, os Artistas Unidos levavam a cena, no Centro Cultural de Belém, um espetáculo criado e interpretado por António Simão, adaptação para teatro do romance Uma solidão demasiado ruidosa do escritor checo Bohumil Hrabal (1914-1997). Mais de duas décadas depois, o ator revisita (“não é uma reposição, é uma revisão da matéria dada”, garante a companhia) o velho Hanta, homem que numa cave “sombria e suja como um esgoto”, exerce, há mais de 30 anos, a tarefa tenebrosa de empurrar livros e papeis para uma prensa que os tritura.

Mas, Hanta não é um destruidor de livros qualquer. Apesar de soterrado em volumes poeirentos, estar rodeado de ratos e beber ininterruptamente cerveja, ele é o “carniceiro terno” que salva como troféus alguns livros e guarda na memória as palavras mais belas que ali repousam. E é com as palavras que conta a história do seu tempo, da II Guerra Mundial à Primavera de Praga.

Por ironia, ou apenas laivos de grotesco, como verifica António Simão, “aquilo de que sofreu Hanta, a personagem desta história, chega nestes nossos dias ao pico do seu horrendo desenvolvimento – a industrialização, a tecnologia, o consumo e a desumanização”. Talvez, por isso, seja tão urgente voltar àquele subterrâneo em Praga, tantos anos depois. FB

O Teatro da Politécnica adverte que os horários e o número de sessões estão sujeitas a confirmação, dependendo das lotações autorizadas pelas autoridades sanitárias.


Ficha técnica:

Artistas Unidos. A partir de Bohumil Hrabal. António Simão, criação e interpretação.


10 € - preço normal (ver descontos)
6 € - terça-feira (dia do espectador)

Local: