José Quaresma

A exposição As sombras do ‘nuno’, os bustos azuis e as fragrâncias do açafrão pode ser visitada tanto física como virtualmente e consiste na criação de diversas evocações – algumas indiciais e tendencialmente abstratas, outras parcialmente figurativas – resultantes do entrelaçamento entre a expressão da pintura (bidimensional e tridimensional) e determinadas peças arqueológicas do Museu Arqueológico do Carmo (MAC), intactas ou fragmentadas, tais como bustos, túmulos, colunas e outras. Inclui ainda duas obras que aludem a um tempo mais remoto e característico da eclosão do próprio ato de pintar, como a reconfiguração plástica de objetos naturais (conchas spondylus) com pigmentos usados há cerca de 60 000 anos pelo homem de Neandertal, segundo investigações conduzidas por João Zilhão e outros especialistas dos vestígios da simbolização humana.

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