Sexta de Mahler
Orq. Sinfónica Portuguesa
Segundo Bruno Walter, Gustav Mahler referia-se à Sinfonia n.º 6 como a sua «Sinfonia Trágica». O título permanece: A Trágica. Já Alban Berg não se coibia de a caracterizar como «a única Sexta, apesar da Pastoral». É uma sinfonia ímpar. Falando da obra, porém, os comentários são terríveis e quase unânimes: mergulho no abismo; agonia em direto; visão do inferno. Grandes compositores e estudiosos seguiram esta via disfórica: «tudo o que está mal acaba mal», escrevia Adorno; «pureza de gelo», dizia Schönberg.
A que se deverá o enorme fascínio, sempre crescente, que ela continua a exercer sobre nós? Porque nos exaltamos, depois do final (a que já chamaram «enterro metafísico»), dominado por um impressionante martelar que parece a imagem musical de um fim trágico e cruel? A chave para o mistério talvez nos possa ser dada por Wilhelm Furtwaengler: “a Música transforma sempre a morte em ressurreição.”
Joana Carneiro revisita a obra de Mahler, um dos compositores em que se tem vindo a especializar. Agora, a Sexta em versão de câmara.
Ficha técnica:
Orquestra Sinfónica Portuguesa dirigida por Joana Carneiro.
10 € a 23 €
Local: