Ricardo Paula e Teresa Mendonça

A obra de Ricardo Paula, que considero muito especial, foi iniciada no princípio da década de oitenta e tem traçado um compromisso entre o desenho e a pintura num jogo articulado entre densas camadas de tinta que se fundem e rasgam pela plasticidade do carvão. A sua pintura/ os seus desenhos, abordam, aspetos recorrentes da paisagem humana no conflito do seu eu. A pertinência dos seus trabalhos constitui uma oportunidade de reflexo sobre nós. Foi premiado ao longo da sua carreira, variadíssimas vezes, tanto nacional com internacionalmente, e Ricardo Paula continua a mostrar-nos sempre na sua obra o espaço que apenas com o olhar se vislumbra, mas há também a sugestão das coisas que gostamos sem as vermos…

Sempre gostei do tipo de pintura que a Teresa faz e é surpreendente como o universo da pessoa/ artista Teresa Mendonça não deixa de nos fascinar. As suas criações insinuam complexas formas de sentir, deixando-nos envolver pelo cromatismo e luz. A artista alcança os mais variados e inesperados efeitos utilizando um amplo arsenal de meios pictóricos numa extraordinária adequação a uma finalidade estética e plástica em que a abstracção se impõe como resultado iniludível do testemunho da luta da artista com a tela.

Álvaro Lobato de Faria

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