Francisco Gaia
Na brisa da criação
Francisco Gaia, artista falecido neste ano de 2021, deixa-nos um legado criativo singular e surpreendente.
Nascido no Cartaxo em 1933, a sua longeva carreira iniciou-se com a primeira exposição aos 18 anos, em 1951. Opositor convicto da Ditadura Salazarista, nos anos 60 ruma a África, nomeadamente Angola, Moçambique e Africa do Sul, até se instalar em Paris em 1965. Na capital francesa convive com grandes nomes das artes visuais da época, com destaque para Pablo Picasso. Em 1970 parte para a Holanda, concluindo o curso de Artes Plásticas na Universidade de Haia, regressando a Portugal apenas em 1981. A sua obra encontra-se representada nas coleções de diferentes instituições de relevo, em Portugal e no estrangeiro.
As suas telas são um reflexo da sua vida, revelando um apreço pela liberdade no gesto e nas temáticas, aplicando deliberadamente ora um claro abstracionismo de gosto geometrizante ora fazendo uma aproximação à figuração que nunca aborda de forma literal e retratística, pretendendo assim expressar muito mais do que o visível num primeiro olhar. Abre-se, assim, um mundo de significados, testemunho do tempo em que viveu e das experiências que alcançou com outros artistas e geografias, que através desta exposição são agora dadas a conhecer ao público.
Deste modo faz o Município de Lisboa uma homenagem à vida e criação de Francisco Gaia, permitindo a todos fruir do seu legado.
Catarina Vaz Pinto
Segunda a sexta, das 9h às 19h
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