Fantasmas
Henrik Ibsen/ Rita Lello
Uma peça de muitos mistérios e ambiguidades que se tendem a desvendar com o preciosismo de um mecanismo relojoeiro. Fantasmas (no original Gengangere, quase sempre traduzido por Espectros) ressurge numa nova tradução “com revisão direta do original norueguês” e, inevitavelmente, sob o olhar particular da encenadora e atriz Rita Lello.
Henrik Ibsen (1828-1906) foi o primeiro, e talvez o maior, dos dramaturgos escandinavos, sobretudo devido à influência da última fase da sua obra, onde se inscreve Fantasmas, texto escrito há já quase 150 anos, muito polémico à época, e onde se reconhece não só a técnica do diálogo e a estrutura do chamado “drama secular” – focado no individuo e no modo como a sociedade permeabiliza a sua esfera intima e privada –, como toda a profundidade e subtileza da compreensão do carácter humano, nomeadamente do feminino.
Como em Casa de Bonecas ou Hedda Gabler, aqui é também uma mulher, Helena Alving, a protagonizar “o combate entre a liberdade e o status quo”. Ela é, nas palavras de Rita Lello, “uma Nora que não bateu com a porta, uma Hedda sem as pistolas do General Gabler”, mas uma mulher assombrada pela condição de viúva e mãe, disposta a enfrentar o passado e, consequentemente, “o preconceito, o conservadorismo religioso, a moral burguesa”, em prol do seu “direito à verdade e à felicidade.”
Frederico Bernardino/Agenda Cultural de Lisboa jan.2022
Ficha técnica:
A Barraca. Henrik Ibsen, texto; Rita Lello, tradução, dramaturgia e encenação; Rita Lello, Rúben Garcia, João Teixeira, Sérgio Moras e Teresa Mello Sampayo, interpretação.
15 € - preço normal (ver descontos aplicáveis)
10 € - preço único - Quinta-feira - Dia do Espectador
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