Daniel Dewar e Grégory Gicquel

Daniel Dewar (britânico) e Grégory Gicquel (francês) começaram a trabalhar juntos no final dos anos 90 do século XX, enquanto ainda eram estudantes universitários. A dupla, que passou anos a experimentar materiais e técnicas a que agora recorrem para fabricar o seu próprio equipamento, enfatiza a importância de executar as suas obras com meios próprios, usando ferramentas tradicionais e modernas, revivendo processos de produção enraizados em diversos ofícios que estão a ser substituídos pela automatização técnica.

Tanto Dewar como Gicquel cortam pedra, esculpem madeira, moldam argila e cerâmica, rompendo apenas a tradição ao deslocar as formas dos seus contextos originais e montando-as em híbridos fantasiosos, produzindo objetos absurdos – vislumbres, como quimeras ou criaturas lendárias -, de uma realidade alternativa.

Assim, nesta mostra, que conta com curadoria de Bruno Marchand, podem ver-se similitudes de um mundo em tudo semelhante ao nosso, apenas ligeiramente distorcido: aumentado, fragmentado, duplicado, fundido, falhado, miscigenado, metamorfoseado, como se estes objetos fossem instâncias de um universo paralelo onde o absurdo não é sinal de uma angústia existencial, mas precisamente do seu contrário.

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