Carlos Mota
Alma, carne e ossos
(…) As contingências que, repentina e drasticamente se nos apresentaram nestes últimos tempos, levaram-nos a ver e a viver de uma forma inesperada.
O cordial e amigável dos primeiros tempos de isolamento, povoado de mensagens e telefonemas deu lugar a um egocentrismo sem igual, sem compreensão nem discernimento.
Não nos olhamos nos olhos, não nos beijamos, não nos tocamos e esse distanciamento, essa separação deixa-nos melancólicos e vazios. Melancolia dos olhares, alma que sente, carne que se dá, ossos que ficam e que doem por já não haver mais nada.
Melancolia, mais que tristeza é um mal indizível, tal como Freud afirmou No luto, é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio eu, pois a verdadeira melancolia é quando se perde a vida enquanto ainda se vive (…).
Hilda Frias
Segunda a sexta, das 14h às 20h
Ficha técnica:
Curadoria de Hilda Frias
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