Em 1920, a cidade de Chaves via nascer Nadir Afonso Rodrigues, que se viria a tornar arquiteto, pintor e pioneiro do movimento cinético internacional. Nesta exposição que a BNP lhe dedica, é possível ver um conjunto de pequenos estudos, dispostos por núcleos, que cruzam os diversos períodos que atravessou ao longo de mais de 75 anos de trabalho, desde o surrealismo, passando pelo período barroco, egípcio e os Espacillimités, até ao fulgor das cidades. Um conjunto de telas e guaches que evocam centros urbanos completam o acervo.
A vida do homem que aos 92 anos ainda trabalhava ativamente na pintura traduz-se numa entrega absoluta à arte e à estética. Foi através da geometria que Nadir encontrou o caminho que o levou à compreensão do fenómeno artístico. Para o artista, que defende uma estética que pressupõe que a arte é puramente objetiva e regida por leis de natureza matemática, “o homem volta-se para a geometria como as plantas se voltam para o sol: é a mesma necessidade de clareza e todas as culturas foram iluminadas pela geometria, cujas formas despertam no espírito um sentimento de exatidão e de evidência absoluta”.
Até 30 de outubro, 100 Anos Nadir dá a conhecer o percurso artístico e uma obra pictórica detentora de grande originalidade, bem como o pensamento estético, de valor inegável, fruto de continuada reflexão e objetividade do artista. ARV