A Máquina Hamlet
Heiner Müller/ Jorge Silva Melo
Mais de 40 anos depois de Heiner Müller a ter escrito, não é fácil definir A Máquina Hamlet. Indiscutivelmente, é um clássico do teatro moderno, uma peça que rompe com as regras daquilo que é a convenção teatral. Aliás, Jorge Silva Melo, que agora o traz a cena, elenca-o entre “os textos mais estranhos da História do teatro”, lado a lado com Os Cenci de Antonin Artaud e As Quatro Meninas de Pablo Picasso.
A peça vive nos escombros, “nas ruínas da história”, na agonia do homem que declara “eu era Hamlet”, naquele que é um premonitório anúncio da sua impotência para mudar o rumo da história. “Esse papel de força, até ai masculinizado, caberá à mulher, mais especificamente a Electra” (“ela é a violência sem a melancolia de Hamlet”), sublinha Silva Melo, recordando o monólogo final em que Ofélia, a submissa noiva de Hamlet, assume o papel da heroína da mitologia grega e evoca liderar a revolta contra o estado do mundo.
Com João Pedro Mamede no protagonista, o espetáculo conta com a participação especial do contrabaixista João Madeira, dando “substrato ao indizível” desta sempre fascinante obra-prima da dramaturgia ocidental. FB
No sábado, 18 de janeiro, não se realizam espetáculos.
Ficha técnica:
Artistas Unidos. Heiner Müller, texto; Jorge Silva Melo, encenação; Américo Silva, André Loubet, Hugo Tourita, Inês Pereira, João Estima, João Madeira, João Pedro Mamede e José Vargas, interpretação.
10 € - preço normal (ver descontos)
6 € - terças-feiras
Local: