Be Kind Rewind
(…) Ao olhar para o conjunto de obras que integram a exposição, dei-me conta da afinidade caligráfica e sonora partilhada entre as palavras arriscar, riscar e resistir.
Arriscar que partilha qualquer coisa com a noção de resistir, e que se pode desdobrar numa outra acção, parindo outro verbo – riscar. A riscar no tempo. Os três verbos, nesta minha leitura, percorrem a exposição e traçam ligações entre as propostas dos artistas – umas pela via de uma afinidade técnica, outras pela distância na escolha de suportes -, mas que afinal, se riscam e arriscam umas nas outras em afinidades que não cessam.
Mais que tudo, estas notas propõem que sigamos o trilho da criança, aquela que vai deixando um rasto, um risco de ternura atrás de si, riscando com os pés a superfície da terra para que o próximo, se escolher entregar-se a este tempo de que falo, lhe possa seguir as pegadas a___ riscando pisar uma inteligência profunda à qual gosto de chamar ternura. (…)
Rita Anuar, A riscar, resistir : notas para todos os tempos (excerto)
Terça a sábado, das14h às 19h
Ficha técnica:
Artistas: Ana Pérez-Quiroga, Carlos Arteiro, Carlos Mensil, Filipe Cortez, Gema Rupérez, Keke Vilabelda, Magda Delgado, Pablo Barreiro e Pedro Pascoinho
Local: