Belém: Demolir para Encenar
Em 1940, a Exposição do Mundo Português e Belém pareciam um só. O lugar ajudava a contar a história, gloriosa, do passado da nação: Mosteiro dos Jerónimos, rio Tejo, Praça Afonso de Albuquerque, Torre de Belém. A vasta dimensão do certame tomou conta do bairro e Belém, para além da Exposição, parecia não existir. O Estado Novo anunciava admiráveis transformações naqueles terrenos vazios, disponíveis para receber tão grande festa. Mas que lugar era este, antes de 1940? E em que lugar se tornou, finda a Exposição? Qual o papel deste evento no percurso urbano de Belém?
Esta exposição, comissariada por Pedro Rito Nobre, propõe uma viagem pelas memórias ainda existentes no lugar e por outras, que foram sendo apagadas.
Com esta exposição espero que o público (em geral, e sobretudo o que conhece a Belém actual, incluindo os moradores) ganhe noção da forma como Belém evoluiu e se transformou ao longo do tempo. Habituamo-nos aos lugares como os conhecemos e, por vezes, não questionamos o que ali existia antes, ou os motivos pelos quais foram transformados. Muitos dos espaços que hoje atravessamos são herdeiros directos da Exposição do Mundo Português e alguns elementos quase surpreendentes ou desajustados são, afinal, restos daquele certame. Para quem trabalha na organização dos espaços – desde os decisores políticos aos arquitectos e urbanistas – é mais um contributo para a reflexão sobre as consequências das opções de projecto: cada construção, cada demolição, cada atribuição de uso, tem consequências por vezes maiores do que imaginamos inicialmente.
Pedro Rito Nobre
Segunda a domingo, das 10h às 19h (última entrada 18h30)
Visita no dia 6 de dezembro 2020, com Pedro Rito Nobre. Marcação prévia: 213 031 952/53
Visitas acessíveis marcação prévia: se@padraodosdescobrimentos.pt | 213 031 950
Ficha técnica:
Curadoria de Pedro Rito Nobre
Local: