Carlos Reichenbach | A Questão Colonial
Doclisboa 2022
A Cinemateca coorganiza este ano com o festival Doclisboa as duas retrospetivas que integram o programa do festival. Na sua 20.ª edição, o Doclisboa apresenta uma extensa retrospetiva intitulada A Questão Colonial, a ter lugar na Cinemateca Portuguesa e nas outras habituais salas do festival, um programa que viaja entre 1950 e os dias de hoje, examinando a história da colonização, das guerras e da luta pela independência dos países africanos. A retrospetiva de autor é composta pela apresentação da filmografia quase integral de Carlos Reichenbach (1945‑2012).
Carlos Reichenbach é um dos nomes essenciais do chamado Cinema Marginal, movimento surgido como reação ao Cinema Novo e à sua institucionalização. Realizou duas dezenas de filmes, entre curtas e longas, ao longo de mais de 40 anos de carreira, sendo um dos principais cineastas associados ao cinema da Boca do Lixo, região central da cidade de São Paulo. Foi aqui que um conjunto de cineastas brasileiros levou a cabo a tarefa de criar produções de baixo orçamento cuja principal característica era serem um espaço de experimentação, mas em simultâneo espelhassem a realidade brasileira da altura dominada pela ditadura militar, não ligando às regras de produção nem à distribuição nos circuitos comerciais.
O Ciclo apresentado é praticamente integral (com exceção da longa Corrida Contra o Tempo), sendo a maioria dos filmes exibidos em cópias 35mm. Do programa fazem também parte dois documentários de Eugenio Puppo sobre a figura de Reichenbach e da sua ligação ao movimento do Cinema Marginal. A produtora Sara Silveira – responsável pela maior parte dos seus filmes a partir dos anos 1990 e até à sua morte, estará presente em Lisboa para acompanhar algumas das sessões da retrospetiva e conversar sobre o legado deste imenso cineasta.
Programação integral aqui
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