Cenas da Vida Conjugal

Embora Ingmar Bergman tenha sido também um profícuo dramaturgo, Cenas da Vida Conjugal começou por ser escrito pelo cineasta como uma série de televisão que, nos inícios dos anos 70 do século passado, abalou a sociedade sueca (o sucesso do seriado foi tão assinalável que o número de divórcios e o recurso de casais a aconselhamento matrimonial aumentou exponencialmente). Posteriormente, Bergman adaptou-o ao cinema e, desde aí, tem sido o guião a ser transposto para palco em incontáveis produções por esse mundo fora (em Portugal, lembramos, há cerca de uma década, a encenação de Solveig Nordlund no Teatro Nacional D. Maria II).

Agora, é Rita Calçada Bastos que se debruça pelas Cenas – que Bergman nunca escondeu serem autobiográficas –  que acompanham os dez anos de vida em comum de um casal, aparentemente feliz, que se vai enleando no esgotamento e no desgaste emocional, debatendo-se violentamente com o esmorecimento sexual e afetivo.

Como cúmplice num olhar sobre o texto que recorre não só à linguagem do teatro, mas também à do cinema, a encenadora conta com o realizador João Canijo (que, por sinal, há uns anos, adaptou ao palco Persona num espetáculo que usava o filme original como “partitura” de cena). Ivo Canelas e Katrin Kaasa, que também assina esta nova tradução, interpretam o casal celebrizado por Liv Ullmann e Erland Josephson. FB

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