Cheira a Lisboa
Concerto de encerramento das Festas
No dia 1 de julho de 1922, o Parque Mayer abriu as portas ao público para inaugurar o seu primeiro Teatro, o Maria Vitória, batizado em homenagem à atriz e fadista intérprete do famoso Fado do 31. Foi assim eternizada a jovem artista, falecida prematuramente, e selada a ligação umbilical entre a música e o teatro de revista. Nos anos seguintes, o Parque Mayer abriu o Variedades, 1926, o Capitólio, 1932, e o ABC, 1956. A revista ganhou notoriedade no contexto cultural e social do país e atingiu rapidamente o estatuto de espetáculo do povo. O Parque tornou-se num epicentro de atividade artística – com atores, encenadores, artistas plásticos, escritores e músicos – que deixou marca na cultura portuguesa.
Aos nossos dias chegaram, sobretudo, as canções. Êxitos intemporais como Cheira a Lisboa, Mocidade ou Zé Cacilheiro, entre outros, interpretados por grandes estrelas como Anita Guerreiro, António Calvário ou José Viana. Um repertório de forte cariz popular onde se cruzam as histórias do Parque Mayer e da cidade de Lisboa. São tantas as canções que fazem hoje parte do cancioneiro lisboeta, que difícil será ir a Alfama ou à Mouraria festejar os santos e não ouvir, pelo menos, meia dúzia delas.
Este espetáculo junta as mais populares e recupera algumas pérolas perdidas no tempo; por exemplo, Santo António, uma canção gravada por João Villaret e alvo do lápis azul em 1956, ou Boa Nova, uma das primeiras gravações de Amália Rodrigues, em 1942. Todo o repertório é objeto de uma nova leitura e adaptado para orquestra. Filipe Raposo, Pedro Moreira e Lino Guerreiro são os autores das orquestrações que a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção do maestro Cesário Costa, levará ao palco da Praça do Comércio para acompanhar seis grandes vozes da atualidade. Anabela, FF, Katia Guerreiro, Luís Trigacheiro, Lura e Marco Rodrigues assumem as despesas da festa e recriam 22 clássicos para uma grande celebração do Parque Mayer, da cidade de Lisboa e da música portuguesa.
Ficha técnica:
Orquestra Metropolitana dirigida pelo Maestro Cesário Costa
Vozes: Anabela, FF, Katia Guerreiro, Luís Trigacheiro, Lura e Marco Rodrigues
Coro: Patrícia Silveira, Patrícia Antunes, Tó Cruz e Francisco Rebelo de Andrade
José Manuel Neto - Guitarra portuguesa
João Gentil - Acordeão
Luís Varatojo - Consultor musical
Filipe Raposo, Pedro Moreira e Lino Guerreiro - Arranjadores
Local: