Cinco peças para o Dia da Mulher
Cia. João Garcia Miguel
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a 8 de março, e levar a cultura a casa de todos os portugueses, promovendo um momento cultural dedicado a cada mulher, a Companhia João Garcia Miguel deixa cinco sugestões de peças de teatro que têm como protagonistas personagens femininas.
É uma peça que representa em simultâneo a religião, a guerra e a paz, sendo que os últimos dois são constantemente contrapostos durante o espetáculo. Dando nome à peça, a “Mãe Coragem” é uma mulher de força que vive da guerra e dos seus negócios de oportunidade, para que possa sobreviver mais um dia e alimentar os seus filhos. Fazem parte do elenco Custódia Gallego, Miguel Moreira, Paula Diogo, Sara Ribeiro e Tónan Quito.
Ao apresentar uma forte relação entre o passado e o futuro, a peça mantém uma atualidade e pertinência que permite refletir sobre a diminuição do poder simbólico no mundo contemporâneo. O texto do espetáculo é o da autoria de Eurípides e tem o feminismo como um dos pontos centrais, ao discutir-se a sua importância na mudança do poder político e social.
Lilith é neste espetáculo o nome da primeira mulher de Adão, que, enfastiada com o paraíso e depois de discutir com o seu marido, decide abandoná-lo. É a partir deste momento que a sua vida muda drasticamente, sendo que, entre outras coisas, vai ter a um outro paraíso: o da linguagem. Estão em palco duas atrizes e um ator, que projetam a situação mítica para a atual prosa do mundo.
Galardoada com o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores para Melhor Espetáculo de Teatro, em 2014, esta é uma peça baseada na poesia de Frederico Garcia Lorca e que conta a história de uma mulher casada cujo maior desejo é ter um filho, vontade que não é partilhada pelo seu marido. Perante esse facto, a personagem toma uma decisão de vida determinante, que levará a uma mudança radical.
Além de teatro, este é um espetáculo que junta dança em palco, aliando ainda os tempos antigos e os dias de hoje. As questões do corpo e do inconsciente estão presentes em toda a peça, que se assemelha a um puzzle em que o espectador pode construir a sua perspetiva a partir dos quatro solos presentes em palco. Em foco está o feminino e as suas diferentes manifestações, tal como a de “Deusa”, que existe em cada ser vivo e que pode servir para inspirar, libertar e despertar.