Class Enemy

Estreada em Londres, off-West End, em 1978, em plena efervescência do movimento punk, a peça de Nigel Williams decorre ao longo de um dia numa escola dos arredores de uma grande cidade. Depois de terem expulsado uma professora, seis rapazes tomam conta da sala de aulas enquanto não chega a vítima seguinte. No clima de violência latente instalado dentro e fora da escola, Iron, o líder do grupo, sugere que cada um deles dê uma “lição” aos demais. Entre uma réstia de esperança que parece pontuar levemente cada discurso e o mais profundo desespero, as aulas dadas pelos jovens traçam o retrato de uma geração cativa num “sistema” que rejeitam, talvez porque, ao mesmo tempo, esse mesmo “sistema” os exclui.

A encenação proposta por Teresa Sobral evidencia, sobretudo, o problema da desigualdade – “a única linguagem que conhecem” –, não só a que se verifica nas relações estabelecidas no seio do grupo, como a de índole macro, nomeadamente a social, cultural e política. FB

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