Délio Jasse

A exposição Jardim do Império, de Délio Jasse, mergulha na memória colonial através da reinterpretação de arquivos visuais e textuais, revelando as marcas persistentes do colonialismo europeu.

Explorando o papel da fotografia na construção e perpetuação da branquitude em territórios ocupados, Jasse ressignifica imagens de lazer colonial, propaganda imperial e vigilância militar, evidenciando a exclusão e a objetificação dos povos colonizados. A sua abordagem experimental combina técnicas fotográficas tradicionais com intervenções que interrompem e questionam a narrativa colonial original, convidando o espetador a uma leitura crítica dessas representações.

Ao sobrepor fragmentos textuais e visuais de diferentes períodos históricos, Jasse constrói camadas de opacidade e abstração que desestabilizam a pretensa objetividade documental. A exposição também dialoga com a Lisboa contemporânea, onde os resquícios da colonialidade seguem presentes na dinâmica social e urbana.

Jardim do Império expõe a continuidade das hierarquias coloniais na era globalizada, desafiando as fronteiras físicas e simbólicas que ainda delimitam os espaços de poder e pertencimento.

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