Domicílios de D. Domicília
A partir de Casio Tone, 1997

Tal como a música de Burt Bacharach e Hal David afirma, uma casa não é um lar quando ninguém se encontra nela. O mesmo se pode dizer de um cenário sem as suas personagens. Sobrevive apenas uma assemblagem inanimada de materiais, sem aparente função ou razão de existência.
Esta constatação acentua-se quando evocamos as casas, agora vazias, da Sra. Domicília, a solitária personagem criada por Sérgio Pelágio e Sílvia Real, que habitou a trilogia Casio Tone, Subtone e Tritone, diferentes espaços que serão sempre parte intrínseca e definidora do seu ser.
Batizada com um nome, ele próprio invocador da noção de casa (a domus latina), Domicília apenas habitou estes lugares fechados (casa, local de trabalho, hotel) onde se deparava com um conjunto de estranhas e perturbantes situações. Agora esvaziados dos seus usos, os objetos e os espaços permanecem, de novo, aguardando a sua iminente chegada… expectantes… sem vida…
Mas, da mesma forma que qualquer artefacto ou objeto artístico ganha uma segunda vida quando cruza as portas de um Museu – assim relembrando a sua anterior vivência -, também com esta exposição – no momento em que decidimos concluir as apresentações das suas aventuras -, celebramos a Sra. Domicília, através da apresentação dos cenários e adereços que a acompanharam e que agora, como auxiliares de memória, nos vão guiar na revisitação destes espetáculos.
Terça a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h
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