Haikus
Sónia Baptista
Sónia Baptista escreveu o que se segue em 2002, por altura da estreia deste espetáculo:
“Os haikus escrevem-se em japonês com poucas palavras, uma simplicidade aparente carregada de sentido como tantas coisas pequenas cujo o significado transcende a sua pequenez. Os meus haikus respiram e constroem-se com uma resistência à prova de quase tudo. Os meus haikus são balões blindados. Os meus haikus são teimosos, tomam-me a cabeça de assalto e depois não há maneira de os fazer arredar pé. Os meus haikus são histórias daquilo que é mesmo importante, do que me oxigena o cérebro e acaricia o coração. Atrás de um haiku vem sempre mais um haiku e o meu corpo vai-se desdobrando como um enorme lençol dizendo coisas sem as dizer.”
Hoje, sabe onde estava a sua cabeça, sabe que praticava a candura para domar o medo que existia lá. Quase vinte anos depois não sabe se se reconhece, mas tenciona descobrir onde essa candura, ainda, em si está.
Integrado no ciclo de solos Recuperar o Corpo.
Ficha técnica:
Sónia Baptista, conceção, escrita e interpretação.
7 €
Local: