Hugo Brazão
Happily ever after
Em Happily Ever After, Hugo Brazão explora a relação entre o otimismo, a apatia e a obsessão cultural pelo progresso linear.
A exposição apresenta uma série de esculturas de parede de pequena escala, que materializam narrativas imaginadas: um cão preso num anseio perpétuo enquanto observa pela janela (FOMO); um urso absorto num livro sobre tomada de decisões, mas irremediavelmente distraído; ou gestos evocativos de afastar o azar, como bater na madeira ou cruzar os dedos. Estas obras funcionam como artefactos especulativos de uma psicologia coletiva moldada por condições de precariedade.
No núcleo da exposição está Happily Never After, uma instalação em têxtil que evoca os ritmos cíclicos do calendário lunar. Contrariando o encerramento linear prometido pelos finais de contos de fadas, as fases da lua sugerem uma interação contínua de crescimento e declínio, de renovação e desgaste.
Esta referência cosmológica desestabiliza a narrativa do tempo como um trajeto unidirecional, propondo, em vez disso, uma lógica temporal de retorno e renovação. Aqui, o ciclo lunar torna-se uma metáfora para uma contra-narrativa—uma que resiste à resolução e celebra a persistência da incerteza e do fluxo.
Terça a sábado, das 14h às 19h30
Local: