João Botelho – Os filmes são histórias, o cinema é a maneira das filmar

A Cinemateca apresenta uma retrospetiva dedicada ao realizador João Botelho, acompanhada por uma carta branca e pela publicação de um catálogo. Desta forma é oferecida ao público uma visão de conjunto de uma das obras mais vastas do cinema português, que se estende por quarenta anos e reúne, à data de hoje, mais de trinta trabalhos, entre longas e curtas-metragens.

João Botelho  chegou ao cinema logo a seguir ao 25 de Abril e, no seu caso pessoal, devido ao 25 de Abril. Embora cinéfilo, não se destinava a uma carreira no cinema e em Abril de 1974, aos vinte e cinco, concluía o curso de Engenharia Mecânica no Porto. Mas a Revolução dos Cravos alterou-lhe o rumo. Abandonou os estudos e seguiu para Lisboa, para a Escola de Cinema, “onde ensinaram‑nos que só havia dois cineastas dignos de interesse: Jean‑Marie Straub e Jean‑Luc Godard”.

Com uma obra vasta e coerente nos diversos períodos que atravessou, o percurso de cineasta de João Botelho está longe de ter chegado ao fim, tendo diversos filmes em preparação: “Eu não sei fazer filmes policiais franceses ou comédias espanholas, muito menos cinema de entretenimento americano, sei fazer cinema português. Cinema do tempo e não do movimento, da composição e do plano, da luz e das sombras”.

Além da apresentação quase integral da obra de João Botelho (os poucos filmes que ficaram de fora foram por decisão do realizador), este Ciclo é completado por uma carta branca com catorze filmes de mestres do cinema clássico e moderno que fazem parte das suas grandes admirações, realizados entre 1920 e 1994.

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