Luísa Pacheco
Aqui já não é
Quando embarcamos na exploração dos direitos Queer e de Género, encontramo-nos imersos na intrincada rede de imposições e restrições socioculturais. Neste contexto instigante, voltamos o nosso olhar para a presença do erótico, não como uma força que impulsiona a identidade e a ação, mas como um espelho que reflete o seu significado dentro de cada indivíduo e na sociedade como um todo.
Examino o complexo domínio dos impulsos, as pressões implacáveis para nos conformarmos com as noções estabelecidas de feminilidade e as suas representações icónicas como determinantes do género. Na própria ideia de posse, no poder transformador dos estilos e das aparências e na desconcertante mercantilização desta identidade multifacetada.
É um modo de vida onde a feminilidade é, ao mesmo tempo, uma mercadoria e uma moeda, mas ao escapar a estas normas convencionais, podemos descobrir caminhos e limitações. Esta distopia pinta um quadro vívido de convenções que nos sufocam com os seus rótulos e comportamentos limitantes, sempre que um rótulo é imposto.
Na minha jornada criativa, crio objetos que capturam a própria essência de momentos fugazes suspensos entre o pensamento e o sentimento – o espaço intermediário onde documento meticulosamente formas e cores. Este processo artístico dá origem a uma linguagem visual que procura transcender as meras emoções e a racionalidade, libertando-nos das cadeias das normas socioculturais que muitas vezes nos aprisionam em estereótipos sufocantes.
É sobre o ato de assumir uma pose, a pressão omnipresente de conformidade e a mercantilização da identidade de alguém. Navegamos num mercado onde os indivíduos são enredados por uma imagem idealizada de beleza, feminilidade e desejabilidade – um mercado que procura incansavelmente nos definir.
Luísa Pacheco
Segunda a sábado, das 15h às 20h
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