Manoel de Oliveira – O Visível e o Invisível (I)
Retrospetiva integral

A primeira integral de Manoel de Oliveira (1908-2015) na Cinemateca, depois de três retrospetivas incompletas (dado que o cineasta manteve uma produção regular até ao fim da vida), começa na data do seu aniversário de nascimento, 11 de dezembro, e prolonga-se pelo mês de janeiro.
O título do ciclo é inspirado numa curta-metragem de 2006: Do Visível ao Invisível. Esta designação resume de alguma forma o cinema de Manoel de Oliveira, uma obra que recorre frequentemente ao mistério, à ocultação ou invisibilidade criando um cinema intimista que convida à reflexão por parte do espetador, obrigando-o a preencher o que a imagem não dá a ver. Non ou Vã Glória de Mandar (1990), vencedor do prémio Especial do Júri no Festival de Cannes, é o primeiro filme exibido. Várias imagens de Manoel de Oliveira durante a rodagem antecedem a projecção.
Depois deste filme o ciclo recua e segue uma ordem cronológica que em dezembro termina com os Canibais (1988), filme-ópera distinguido com o prémio de melhor música no Festival Internacional de Sitges, em 1989. A retrospectiva inclui também filmes onde o realizador participou como ator ou em que foi retratado. Manoel de Oliveira terminou o seu primeiro filme, Douro, Faina Fluvial (1931), com apenas 23 anos ainda na época do mudo. Em 2014 apresenta a sua última obra. Entre estas datas realizou mais de 60 filmes.
O programa de dezembro apresenta títulos de um período onde o carácter documental é mais forte, tais como O Pintor e a Cidade (1956) e Acto de Primavera (1963), mas também ficções como Aniki Bóbó (1942) e A Caça (1964).
A sua obra é dominada por personagens que têm um desejo pelo absoluto e que são muitas vezes sujeitas a destinos trágicos. Personagens que refletem as preocupações do cineasta. Para ele os atores “no seu mistério essencial” são determinantes para as personagens. Com ele trabalharam Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira, Diogo Dória, Catherine Deneuve, John Malkovich, Claudia Cardinale, entre muitos outros.
Ana Figueiredo
Programação dezembro:
Non ou A Vã Glória de Mandar
11 dez: 21h30, 14 dez: 15h30
Douro, Faina Fluvial
Aniki Bóbó
12 dez: 19h
Hulha Branca
13 dez: 19h
Douro, Faina Faial
Versão sonorizada com música de Emmanuel Nunes
Portugal Já Faz Automóveis
Famalicão
O Pintor e a Cidade
14 dez: 19h
O Pão
18 dez: 19h
A Caça
18 dez: 21h30, 27 dez: 15h30
O Passsado e o Presente
19 dez: 19h, 28 dez: 15h30
Benilde ou a Virgem Mãe
19 dez: 21h30
Amor de Perdição
20 dez: 19h
Visita ou Memórias e Confissões
21 dez: 19h
Francisca
22 dez: 21h30
A Propósito da Bandeira Nacional
Lisboa Cultural
27 dez: 19h
Vilaverdinho
As Pinturas do Meu Irmão Júlio
O Pão
28 dez: 18h30
Mon Cas – O Meu Caso
28 dez: 21h30
Os Canibais
29 dez: 21h30
Local: