Navid Nuur

O título da primeira exposição individual do artista em Portugal, Fight/Light/Fight tem antecedentes: já assim havia nomeado apresentações da sua obra no passado. Talvez seja esse, precisamente, o presságio introdutório, o termómetro que baliza a atmosfera do espaço expositivo e o equipara a um campo de trabalho, de criação, de confronto, circular e singular.

Afinal, Navid Nuur é conhecido pelo termo “interimodules” (um composto de ‘interim” e “módulo”), a que muitas vezes recorre para definir os seus objetos e que indica essa fexibilidade e capacidade destes se reconfigurarem, consoante a relação com outras peças ou contexto.

Muitas vezes, esses “módulos intermediários” assemelham-se a assemblages de objetos quotidianos ou efémeros (luz do sol, tempo, cinzas, água), e sublinham a tendência do artista em reutilizar todos os tipos de materiais, como luzes néon ou vedações de metal, bebendo do seu próprio léxico artístico e reavivando versões de obras anteriormente concebidas.

Aqui, o processo também é evidente nas obras finais, muitas vezes compostas de camadas que revelam etapas do processo criativo. Da escultura à instalação, passando pelo desenho, cerâmica e o uso da palavra, a sua práxis questiona as convenções temporais de uma exposição e do objecto artístico estático, aludindo a fenómenos muitas vezes abstratos, como a luz, a energia, o ar ou o “espaço de repouso”.

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