Obras proibidas e censuradas no Estado Novo
Um conjunto de exemplares originais apreendidos e proibidos de circular pelos Serviços de Censura, que foram recuperados da sua biblioteca e que apresentam marcas e rasuras feitas pelos censores, é agora apresentado pela primeira vez na Biblioteca Nacional de Portugal.
A exposição Obras proibidas e censuradas no Estado Novo é complementada com relatórios de leitura escritos pelos censores, bem como algumas obras proibidas de ir à leitura na Biblioteca Nacional, como as marxistas-leninistas, eróticas ou de educação sexual.
De 1934 a 1974, foram mais de 10.000 os relatórios que a censura oficial do Estado Novo produziu. De entre as obras autorizadas, a mostra apresenta uma seleção de cerca de um décimo desses raros artefactos culturais que nos ajudam a entender como era o controlo e a regulação da vida literária e cultural no nosso país, durante o século XX.
De entre os livros proibidos da Biblioteca da Censura, encontram-se obras de autores como Jorge Amado, Natália Correia, Orlando da Costa, Vergílio Ferreira, Carmen de Figueiredo, Daniel Filipe, Tomás da Fonseca, Soeiro Pereira Gomes, Manuel Teixeira Gomes, Egito Gonçalves, Maria Lamas, Teixeira de Pascoais, Cardoso Pires, Graciliano Ramos, Alves Redol, Santareno, Miguel Torga, Louis Aragon, Italo Calvino, Mikhail Cholokhov, Colette, Joseph Conrad, Friedrich Engels, William Faulkner, Maksim Gorkii, Piotr A. Kropotkine, Lenine, André Malraux, Karl Marx, Friedrich Nietzsche, John Reed, John dos Passos, Françoise Sagan, Leão Tolstoi, Roger Vailland, ou Simone Weil.
Paralelamente à exposição, na Sala de Projeção, é exibida a peça sonora No Escuro e à Escuta: A Censura e a Propaganda no Estado Novo, de Sofia Saldanha, que colige testemunhos de Luís de Sttau Monteiro, José Cardoso Pires ou Bernardo Santareno, telefonemas entre censores e entrevistas.
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