Orgia

Nos 100 anos do nascimento de Pier Paolo Pasolini são inúmeras as iniciativas que revisitam a obra e o pensamento de um dos mais controversos e influentes artistas e intelectuais europeus da segunda metade do século XX. Conhecido, sobretudo, pela sua obra cinematográfica, marcadamente provocativa e anti-burguesa, Pasolini foi também um homem de teatro, destacando-se de entre as suas peças Orgia, que Franco Quadri considerava “um poema a várias vozes, ou um oratório laico que exprime, entre lirismo e declaração, os temas preferidos” do autor.

Exemplar daquilo que Pasolini denominou como “teatro da palavra”, em oposição tanto ao teatro burguês convencional como ao teatro experimental ou “do grito”, Orgia aborda, de um modo ritualístico, temas como identidade, diversidade, sexo, horror ou culpa, através do relato de um casal entregue a prazeres sadomasoquistas que culminam numa “fuga-suicídio” a que ambos sabem estar previamente condenados. A peça, já várias vezes encenada em Portugal, é agora visitada por Nuno M Cardoso.

Antecedendo a passagem do espetáculo pela Culturgest, a 5 de abril pelas 18h30, o encenador, a atriz Beatriz Batarda e o ator e encenador João Grosso, que dirigiu e protagonizou este mesmo texto no Teatro Nacional D. Maria II em 2005, reúnem-se para falar com o público sobre a dimensão teatral de Pasolini e o conceito de “teatro da palavra”. FB

Local: