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Os Grandes Mestres do Cinema Italiano: Parte 2

Michelangelo Antonioni

cinema
26 agosto a 8 dezembro 2021
Cinema Nimas
Os Grandes Mestres do Cinema Italiano: Parte 2

O ciclo Os Grandes Mestres do Cinema Italiano dedicado ao cineasta Michelangelo Antonioni (1912-2007) continua em exibição até dezembro.

Michelangelo Antonioni nasceu em Bolonha, onde estudou Economia. Mudou-se posteriormente para Roma onde frequentou o Centro Sperimentale di Cinematografia, escreveu sobre cinema e publicou vários contos. Foi ainda nesta cidade que conheceu vários dos realizadores com quem viria a trabalhar, nomeadamente Rossellini. Nesta época viajou para França onde colaborou com o cineasta francês Marcel Carné.

Depois de Gente del Po e de alguns documentários de curta duração, estreou a primeira longa de ficção, Escândalo de Amor (1950), filme que espelhava as inovações que viriam a fazer parte da história do cinema italiano e que marcaram o seu trabalho, distanciando-se da ortodoxia neorrealista.

A obra de Antonioni caracteriza-se pela narrativa realista e pela impressionante composição visual, onde o cenário estabelece uma relação íntima com as personagens, refletindo as angústias e perturbações do realizador e a alienação do indivíduo na era moderna. O cineasta explorou as suas inquietações ou, como o próprio referiu, a “nevrose” daqueles que não se adaptam. O Deserto Vermelho (1964), o seu primeiro filme a cores, espelha bem esse sentimento.

Cineasta moderno, captou a atmosfera do tempo em que vivia e o seu legado cinematográfico continua, ainda hoje, a responder a questões essenciais, sendo um dos mais influentes no cinema contemporâneo.

Para além dos filmes incluídos no programa aqui apresentado o Cinema Nimas, exibe ainda em sessões especiais os filmes Blow-Up – História de um Fotógrafo (1966), Zabriskie Point (1970) e Profissão Repórter (1975). Mais informação em Medeia Filmes

Programa:

O DESERTO VERMELHO

Com Monica Vitti, Richard Harris, Carlo Chionetti
Itália, 1964 – 1h57 | M/16

Psicologicamente abatida e insatisfeita, Giuliana envolve-se com Corrado, colega do seu marido. Mas não consegue apaziguar a sua inquietação. “É muito simplista, como alguns o fizeram, dizer que acuso este mundo industrializado, inumano, onde os indivíduos são esmagados até à nevrose. Pelo contrário, a minha intenção foi traduzir a beleza deste mundo onde mesmo as fábricas podem ser muito belas.” (Michelangelo Antonioni)

Festival de Veneza 1964 – Leão de Ouro

IDENTIFICAÇÃO DE UMA MULHER

Com Tomas Milian, Daniela Silverio, Christine Boisson
Itália, França, 1982 – 2h10 | M/16

Um cineasta inicia um relacionamento com duas mulheres, primeiro Mavi, depois, Ida, desde as ruas de Roma até aos canais de Veneza. Com ecos de Vertigo de Hitchcock na espiral de umas escadas brancas em caracol por onde o protagonista espia uma delas.

Festival de Cannes 1982 – Prémio do 35º Aniversário (Michelangelo Antonioni)

ESCÂNDALO DE AMOR

Com Lucia Bosé, Massimo Girotti, Ferdinando Sarmi
Itália, 1950 – 1h38

Um industrial milanês contrata um detective privado para investigar a mulher. Porém, a atitude ciumenta do marido leva a que a jovem se aproxime de um antigo amor. Filme sobre o destino, filme sobre o cinema, história policial, a antecipar muito do que seria a obra futura de Antonioni.

Sindicato Nacional dos Jornalistas de Cinema Italianos 1951 – Nastro d’Argento – Special Silver Ribbon (Michelangelo Antonioni), Melhor Banda Sonora – Silver Ribbon (Giovanni Fusco)

O ECLIPSE

Com Monica Vitti, Alain Delon, Francisco Rabal
Itália, França, 1962 – 2h06 | M/16

Vittoria termina um relacionamento amoroso com Riccardo, um intelectual, e envolve-se com Piero, um agente da bolsa. Elegia sobre a inconstância do amor, adágio amargurado, O Eclipse é de Monica Vitti, incomparável e espantosa, a despedir-se também do célebre preto e branco do director de fotografia Gianni Di Venanzo.

Festival de Cannes 1962 – Prémio Especial do Júri

A AVENTURA

Com Monica Vitti, Gabriele Ferzetti, Lea Massari
Itália, França, 1960 – 2h24 | M/12

Anna, uma jovem burguesa, desaparece misteriosamente durante uma viagem de iate. Sandro, o namorado, e, Claudia, uma amiga, partem em sua busca e acabam por se tornar amantes. “Cada dia vive-se L’avventura, seja ela uma aventura sentimental, moral ou ideológica.” (Michelangelo Antonioni)
Festival de Cannes 1960 – Prémio Especial do Júri; Prémio da Crítica

Globos de Ouro 1961 – Melhor Actriz Revelação (Monica Vitti)

A NOITE

Com Marcello Mastroianni, Jeanne Moreau, Monica Vitti
Itália, França, 1961 – 2h02

Um escritor é confrontado com a desilusão da mulher na sua relação. Entre o lado escuro dos personagens e a ligeireza das festas que por lá há, A Noite “é o grande filme de Antonioni sobre a arquitectura moderna, sobre os silêncios e ruídos urbanos, sobre o maneirismo plásticos dos interiores, sobre a tensão das linhas que os ligam aos personagens e a tensão da câmara como hábil manipuladora dessas linhas”. (Manuel S. Fonseca)

Festival de Berlim 1961 – Urso de Ouro

O GRITO

Com Steve Cochran, Alida Valli, Dorian Gray
Itália, EUA, 1957 – 1h56 | M/17

Aldo, um operário, mantém uma relação com Irma, de quem tem uma filha. Após receber a notícia da morte do marido, Irma decide deixá-lo. Aldo parte com a filha para uma deambulação pela região, ao longo da qual encontra várias mulheres, sendo confrontado, simultaneamente, com a sua alienação sentimental.

Festival de Locarno 1957 – Leopardo de Ouro

Local:

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