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Os Poetas de Amália

Dia Mundial da Poesia

literatura
21 março 2020
15h00
Centro Cultural de Belém
Os Poetas de Amália

No ano de 1950, Amália cantou pala primeira vez um poema de Pedro Homem de Melo no admirável fado Fria Claridade. A cantora teve receio da reacção do poeta, mas este sentiu uma grande comoção ao ver-se transmitido de forma tão vibrante e agradeceu-lhe por ter “feito subir a sua poesia até ao povo”. A relação de Amália com os grandes poetas estendeu-se a David Mourão-Ferreira, Alexandre O’Neill, José Carlos Ary dos Santos, Manuel Alegre, e muitos outros, mudando definitivamente a história não só do fado, mas da música popular portuguesa. A qualidade desses versos potenciou a genialidade interpretativa de Amália e a sua proverbial relação expressiva com o texto. Nos anos 60, Amália decide em conjunto com o seu fiel colaborador desse período, o compositor Alain Oulman, cantar “contra ventos e marés” o maior de todos os poetas de língua portuguesa, Luís de Camões. Entretanto, a cantora havia já timidamente escrito o poema para um dos temas icónicos do fado, Estranha Forma de Vida, mas foi só na última década da sua carreira que se dedicou a cantar a sua própria poesia, criando verdadeiros momentos de antologia: Lágrima, Grito, Lavava no Rio, Lavava (impressionada por este poema, Marguerite Yourcenar escreveu o texto A Atroz Ausência do Desejo).  Nas comemorações do Dia Mundial da Poesia, o CCB homenageia Os Poetas de Amália, através de leituras, de conferências e de espetáculos. Ocasião ideal para, no ano do centenário do seu nascimento, celebramos Amália relembrando os versos de David Mourão Ferreira, um dos poetas que mais e melhor cantou: “Eu sei meu amor / Que nem chegaste a partir / Tudo, em meu redor, / Me diz que estás sempre comigo”.

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