Pablo Barreiro

Aqui se joga com a ideia de sujeira, de errático, misturando outro tipo de gama de cores. E não deixa de ser um objeto funcional que ele replica em um ato escultórico a partir da reprodução e de sua serialidade. Por sinal, em relação ao projeto atual na galeria NO·NO, Barreiro me contou que a ideia inicial do projeto seria continuar a relacionar-se com temáticas como reprodutibilidade e cópia; continuar a utilizar os materiais que ele vem trabalhando nos últimos anos. (…)

Isso o levou, no começo de nossas conversas, a tentar entender a maneira como ele queria abarcar a arquitetura do espaço expositivo. Refletiu muito em relação à arquitetura do espaço da galeria NO·NO sem ir a um tipo de distribuição ou montagem mais clássica. Sempre esteve, por certo, muito interessado nas duas colunas que existem na sala e em como esse perímetro está castrado por elas.

Então, a partir daí, ele começou a desenvolver esculturas voltadas ao chão como um tipo de arquitetura arqueológica em desuso. Obras anteriores que se relacionavam com a ideia dos moldes, do positivo e do negativo, que aportam um matiz pictórico dentro da esfera escultórica foram fundamentais no projeto em questão. (…) Barreiro não se interessa por chegar ao final do processo tradicional e assim ele altera o juízo que temos em relação à nobreza desses materiais já que, segundo ele, estamos mostrando um processo em elipse. (…)

Tiago de Abreu Pinto (excerto do texto)

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