Paula Rito

O resultado desta exposição é uma exploração da paisagem habitada ao redor da casa, uma prática do desenho e da pintura como um lugar de encontro e de meditação sobre o espaço e as formas nele encontradas. Foi aqui, na Casa da Terra Grande, que o terreno foi ficando mais conforme à escavação, ao fundo da própria representação porque a luz que ilumina uma coisa genuinamente importante, brilha igualmente sobre tudo o que a rodeia.

Pensar a casa é chamar a si, a terra, a chama do lugar. Cada fenda na paisagem adequa-se ao modelo, à medida e à correcção. Abrindo-se diante de nós, representa-nos quando é representada e envolve ainda, o mistério que não se dissolve, antes pelo contrário, é adicionado, por acumulação. Presente, o corpo da pintura procura outro corpo ou uma nova ordem do mundo como forma de resistência a essa mesma ordem. Dá-se então, uma absoluta, mas invisível mudança: o espaço situado ao redor destaca-se e torna-se o centro do que antes o rodeava.

Isabel Tavares

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