Pedro Calapez
Uma espécie de corpo
O intenso riscar do carvão na tela não se sente terminado. Ele descrevia círculos sobre círculos, entrecortados por bruscos movimentos ascendentes e descendentes. Quando pára e o olhar intenta penetrar no emaranhado das linhas inscritas na superfície da tela, parece aparecer-lhe uma espécie de corpo. Começara a trabalhar como era habitual: um pequeno desenho numa simples folha de papel. Digitalizado em seguida, continua a trabalhá-lo em simetrias e deformações no écran do computador. Impresso num acetato transparente projecta-o e ensaia dimensões. Praticamente quadrada e previamente pintada num cinzento escurecido, a densa tela impõe o seu monocromatismo. O negro carvão faz aparecer um desenho.
Pedro Calapez
Segunda a domingo, das 10h às 18h
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