Remédio
Enda Walsh/ Artistas Unidos
Para Jorge Silva Melo, que encenou vários dos seus textos, o irlandês Enda Walsh era tido como autor de um teatro singular, daquela “palavra luxuriante, herdeira de Beckett ou Joyce”, que tendemos a encontrar eco em peças, todas elas já trabalhadas pelos Artistas Unidos, como Acamarrados, A Farsa da Rua W ou Ballyturk (e, de certo modo, também no argumento de Fome, que escreveu com o realizador Steve McQueen). Neste regresso a Walsh, António Simão, que por diversas vezes interpretou as suas personagens enclausuradas e incapazes de “escapar” para a vida, encena Remédio (Medicine, no original), “uma peça obscura e absurda que quebra a fronteira entre elenco e público, entre texto e performance.”
Aqui, conhecemos John Kane (interpretado por Rúben Gomes), um homem internado num hospital psiquiátrico, cada vez mais incapaz de entender as terapias imersivas que lhe são administradas para que consiga lidar com os traumas de negligência familiar e de bullying sofridos durante toda a vida. Como escreveu o The Guardian, aquando da estreia da peça no Festival de Edimburgo em 2021, Remédio é “extravagante, divertido e surreal – e até tem um disfarce de lagosta ao estilo de Dali.” [texto:Frederico Bernardino/Agenda Cultural de Lisboa]
Ficha técnica:
Artistas Unidos. Enda Walsh, texto; António Simão, encenação; Íris Runa, Maria Jorge e Rúben Gomes, interpretação; Pedro Domingos, baterista; Américo Silva, Andreia Bento, Diana Especial, Diana César, Frederico Gonçalves, Gonçalo Ouro, Helder Bráz, Isabel Milhanas Machado, João Meireles, Pedro Roquette e Raquel Montenegro, vozes.
10 € - preço normal (ver descontos aplicáveis)
6 € - preço único: Dia do Espectador (terça-feira)
Local: