Rui Neiva
ST #17641
Ao olhar para a série de obras de Rui Neiva vem-me de imediato à memória um plano de A Gruta dos Sonhos Perdidos, filme de Werner Herzog de 2012, no qual os arqueólogos que estudavam as pinturas pré-históricas da gruta de Chauvet mostravam uma reconstituição do processo de pintura de determinada parede. (…)
Hoje, a obra de Rui Neiva procede da consciência muito nítida de algo semelhante, e isto apesar dos séculos que a separam desses tempos primeiros da longuíssima caminhada humana. Revela-se, no seu trabalho, um impulso primordial: a manifestação da necessidade de criar determinado objecto, de concretizar dada pintura; e a procura incessante dos meios técnicos para a tornar possível.
E esta manifestação coexiste também com a liberdade que a matéria fluida da pintura possui para se manifestar tal como ela verdadeiramente é , antes de o artista a sujeitar aos limites da forma ou, mesmo, da representação. Como sempre aconteceu. (…)
Luísa Soares de Oliveira, texto de exposição (excerto)
Terça a sábado, das 14h às 19h
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