Sebastião Castelo Lopes
E trazia da floresta o silêncio que antecede a tormenta
Um conjunto de trabalhos sobre papel e sobre madeira povoam o espaço da Galeria Monumental. Papel, carvão, tinta acrílica e madeira são os materiais em bruto sobre os quais se adivinha o tempo da construção deste conjunto de trabalhos. Disfarçadamente, armadilhas, jaulas, parecem habitar esta “floresta” da sala.
Uma armadilha armada é uma dor em potência, é um objeto de tal forma agressivo e violento, que nos sentimos feridos por ele só de o olhar. Antes de fazer deitar sangue, a armadilha já aleija a ver.
E a armadilha captura, força uma paragem, retira a liberdade. A armadilha está camuflada, aparenta ser inofensiva, atraiçoa. A armadilha pode não se ver, pode estar disfarçada. Se assim for, tudo tem a potencialidade de ser uma armadilha porque tudo pode ser uma armadilha disfarçada. Uma armadilha disfarçada de floresta, uma armadilha disfarçada de silêncio, e por aí em diante. Tudo tem a potencialidade de capturar, de retirar liberdade, de abrir ferida de sangue, de aleijar à vista.
Terça a sábado, das 15h às 19h
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