Tamirys Araujo

As feridas da paisagem

artes
31 agosto a 26 setembro 2024
vários horários
Galeria Arte Periférica
Tamirys Araujo

É na ferida que nos reconhecemos como parte da natureza. Quando estamos machucados, olhamos para dentro para identificar de onde vem o problema. Procuramos e investigamos as lesões e, assim, conseguimos perceber mais claramente que somos feitos de partes vivas, que dependem e só existem porque coexistem com um todo vivo.

Ser parte e perceber-se parte do todo é uma das saídas mais sustentáveis e radicais de nosso tempo. Quando nos reconhecemos como parte da natureza, interagimos e cuidamos do que é nosso com mais afinco, comprometidos com o bem-estar coletivo. As feridas nos alertam para certos desvios que tomamos dessa consciência e, como ímãs, são capazes de nos puxar novamente ao cerne da questão, para que, atentos, possamos partilhar curas.

O trabalho de Tamirys Araújo se desenvolve a partir desse ímã de consciência que a faz explorar a natureza de fora para dentro. São cicatrizes que atravessam camadas de pele,tecidos e órgãos em diálogo com elementos estruturantes da floresta, como a casca, a seiva e o cerne das árvores, para, assim, nos contar novas histórias.

A série de trabalhos “Solo I e Solo II”, realizados ainda no Brasil, explora elementos da natureza, florestas e vegetações ainda iluminadas pela luz do dia, com tons quentes em amarelo. O percurso segue pelas florestas escuras em “Anoitecer”, onde os elementos da natureza e o instinto humano estão mais alertas, atentos aos possíveis perigos noturnos.

Clarissa Godoy

Terça a domingo, das 10h às 19h


Local:

Centro Cultural de Belém, Praça do Império 3 213 617 100 www.arteperiferica.pt