Wasted Rita

Telas, desenhos, autocolantes de parede, alguns escritos e um vídeo – em Works from Before Hang Out with Works from Now and Works from Between Before and Now, in the Same Room, Wasted Rita reúne um arquivo de trabalhos criados entre 2012 e 2024, em que reconhecemos o seu tom inundado de sarcasmo, ironia, niilismo e acidez.

Acaba por ser o revisitar do meu processo de desencantamento com Lisboa, uma mostra da frustração de viver numa cidade com tanta especulação imobiliária, diz. Quase nenhum dos trabalhos é inédito, sublinha, já que os vai sempre mostrando online.

No entanto, apenas três deles estiveram expostos antes. Numa vitrine, vemos muitos dos “escritos” vindos das paredes do seu ateliê. São coisas que tenho lá porque me fazem sentir mais sana e que quis trazer para aqui. Alguns são apenas rascunhos de ideias reunidas durante os processos de criação, folhas de vários tamanhos e de vários cadernos diferentes, todas com mensagens que não nos deixam indiferentes, sempre entre o riso e o amargo de boca.

Da angústia literal à “vontade de escapismo”, um ecrã passa, em contínuo, um vídeo da instalação Cure my SAD, apresentada em Eindhoven, nos Países Baixos, no ano passado. Este trabalho, descrevia na altura, convida toda a gente a relaxar em relação ao presente e a preocupar-se com o futuro.

Sempre ácida, torna as frustrações incentivos de criação – da aflição de se aperceber sem casa em Lisboa às estranhas realidades que vê em volta ou aos comentários que ouve na rua. Vou tentando transformar todos esses sentimentos em estímulos, conclui.

Local: