Percorremos os catálogos das plataformas de streaming Filmin, Netflix e HBO, e descobrimos excelentes propostas de cinema para reunir a família em casa.
Cinco curtas-metragens portuguesas
(para ver na plataforma FilmIn)
De Regina Pessoa
Animação, 2012, Cores, 9’, M/12
Considerado “património cultural internacional” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), este filme conta a história de Kali, um rapaz diferente dos demais. Tal como a lua passa por diferentes fases, também ele tem que enfrentar os seus demónios interiores para, finalmente, encontrar a passagem para a luz.
De João Nicolau
2013, Cores, 19’, M/12
Esta galardoada curta narra as agruras com que, durante um campo de férias, um rapaz de dez anos se debate. Ali, é ignorado pela menina dos seus olhos e incomodado por rufias quase adolescentes que vandalizam a sua camarata. Para sua sorte, na floresta, os gambozinos teimam em não aparecer.
De José Miguel Ribeiro
Animação, 2015, Cores, 30’
Há um monstro à solta, de seu nome Desperdício, que rapta o pai de Camila, uma amorosa menina de 8 anos. Com a ajuda de Dodu, um destemino boneco de cartão, e de Sana, um Pai Natal de todos os dias, o grupo recicla o papel de embrulho de todos os presentes de Natal e o pai é libertado.
De Nuno Amorim
Animação, 2014, Cores, 12’, M/12
Há muito tempo, ainda Tião tomava conta de um campo de milho, perdeu a companhia de uma pega-rabuda, ave a quem se tinha afeiçoado. Desde esse dia, em que o silêncio se abateu sobre o campo, Tião procura recuperar o canto perdido do pássaro.
De Catarina Sobral
Animação, 2018, Cores, 8’
O Sr. Cheio e o Sr. Vazio não podiam ser mais diferentes. Enquanto o primeiro nunca perde uma memória, uma emoção ou um pensamento, o segundo, pelo contrário, não encontra nada que o preencha. Mas tudo muda quando, um dia, o Sr. Cheio decide enfrentam os medos e o Sr. Vazio resolve fazer uma viagem.
Cinco documentários para ver em família
(para ver na plataforma Netflix)
Lego House: Home of the Bricks
De Anders Flack
Dinamarca, 2018, Cores, 47’
Em Billund, na Dinamarca, foi construído um museu com quase 12.000 m² inspirado nas icónicas peças de Lego. Ali, entre muitas outras atrações, há dois pisos próprios para brincar, organizados por cor. Este documentário mostra os desafios enfrentados durante todo o processo da sua construção.
EUA, 2013, Cores, 99’
Oito jogadores disputam o Campeonato Mundial Infantil de Golfe de 2012, no prestigiado campo de Pinehurst, nos EUA. Todos eles têm menos de 9 anos e chegam de locais como Manila, Filipinas; Paris, França; Joanesburgo, África do Sul, e Shenzhen, China, para se juntarem aos desportistas americanos.
De Huw Cordey
EUA, 2019, Cores, 51’
Neste paraíso, as aves levam muito a sério a arte de conquistar uma parceira. Os seus rituais de acasalamento são incríveis e em muito se assemelham a uma dança com coreografia bastante elaborada. As imagens deste documentário são verdadeiras maravilhas visuais e mostram comportamentos destas aves-do-paraíso nunca antes registados.
De Tiffanie Hsu
EUA, 2018, Cores, 67’
Seis jovens mulheres que vivem perto dos maiores rios da Terra, nomeadamente o Amazonas, Nilo, Mississippi, Danúbio, Ganges e Yangtze, aprendem sobre água e sustentabilidade e usam o que aprenderam para proteger as suas casas e comunidades, enquanto explicam como o programa de educação ambiental do projeto Waterschool influenciou as suas vidas.
De Michael Barnett
EUA, 2017, Cores, 97’, M/7
Este documentário sobre exploração espacial, as suas origens e o seu legado explora, através de entrevistas a especialistas e a jovens que esperam poder viajar até Marte, a história e o provável impacto futuro de uma viagem ao planeta vermelho. Os aspirantes a astronautas revelam, ainda, que a viagem a Marte pode estar bem mais próxima do que pensamos.
Cinco longas-metragens fantásticas
(para ver na plataforma HBO)
De Mark Waters, com Freddie Highmore, Sarah Bolger e Nick Nolte
EUA, 2008, Cores, 92’, M/7
Quando os irmãos Jared, Simon e Mallory Grace se mudam para a velha mansão Spiderwick encontram um livro – O Guia Prático de Arthur Spiderwick para o Mundo Fantástico que nos rodeia – que lhes abrirá os olhos para um mundo invisível, estranho e, por vezes, perigoso de monstros e dragões, phookas e fadas, duendes e diabretes.
Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los
De David Yates, com Eddie Redmayne, Colin Farrell e Jon Voight
Reino Unido, 2016, Cores, 127’, M/12
Newt Scamander é o mais notável feiticeiro de todos os tempos. Em 1926, conclui uma viagem à volta do mundo, cuja missão era encontrar e documentar uma infinidade de criaturas mágicas. Depois desta aventura, o regresso de Scamander a Nova Iorque tinha tudo para ser pacífico, não fosse um No-Maj de seu nome Jacob.
De Joe Wright, com Rooney Mara, Hugh Jackman e Levi Miller
EUA, 2015, Cores, 107’, M/12
Por altura da Segunda Guerra Mundial, o jovem Peter, órfão, é raptado por piratas e levado para a Terra do Nunca. Peter tem a missão de libertar este pedaço de Terra das mãos do pirata Bárbara Negra e de descobre o seu destino, tudo para que se possa tornar no herói conhecido como Peter Pan.
De Chris Weitz, com Nicole Kidman, Daniel Craig e Dakota Blue Richards
EUA, 2007, Cores, 109’, M/12
Lyra Belacqua é uma órfã de onze anos que foi criada na Universidade de Oxford. No mundo paralelo em que vive, todas as pessoas têm uma manifestação da sua própria alma em forma de animal. Graças à sua uma curiosidade desmedida e a um grande sentido de aventura, Lyra parte numa jornada que pode alterar o mundo para sempre.
Viagem ao Centro da Terra 2 – A Ilha Misteriosa
De Brad Peyton, com Dwayne Johnson, Michael Caine e Josh Hutcherson
EUA, 2011, Cores, 90’, M/12
Quatro anos depois da viagem com o tio ao centro da Terra, Sean recebe um pedido de socorro codificado vindo de um local ainda mais incrível e remoto: uma ilha não cartografada onde nada deveria existir. Aquele é um sítio com estranhas formas de vida, montanhas de ouro, vulcões mortais e mais do que um extraordinário segredo.
De um total de 42 candidaturas recebidas nesta edição do concurso, mais 17 do que no ano passado, o tema Amália é Lisboa, com letra de Joaquim Isqueiro e música de José Reza, foi escolhido pelo júri composto, este ano, por Renato Júnior (em representação da Sociedade Portuguesa de Autores) e pelos músicos Carlos Mendes e Rita Guerra.
Depois de vencerem o Concurso Grande Marcha, em 2009, Joaquim Isqueiro e José Reza repetem agora a vitória. Naturais de Lisboa, dividem a vida profissional com a música, “um hobby de sempre”. No caso de Joaquim Reza, o “hobby, vai um pouco mais além, tendo gravado vários discos, o primeiro nos anos 1970, acompanhado pelo Quarteto 1111. Nesta altura, chegou mesmo a partilhar o palco com Amália Rodrigues num programa de televisão, a mesma artista que agora lhe serviu de inspiração.
Este ano, a juntar ao tema obrigatório – «Lisboa» – a letra da composição do Concurso teve como inspiração «Amália Rodrigues» numa homenagem à diva do Fado para assinalar o centenário do seu nascimento.
Com mais de duas décadas, este concurso organizado pela EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, visa selecionar uma composição (música e letra), cujos atributos, tanto literários como musicais, melhor caracterizem a cidade de Lisboa, distinguindo todos os anos o tema vencedor com um prémio no valor de cinco mil e quinhentos euros.
Devido ao cancelamento das Festas de Lisboa deste ano, na sequência da pandemia do coronavírus, a composição vencedora será apresentada e interpretada por todos os participantes nas exibições e no desfile das Marchas Populares, no âmbito das Festas de Lisboa de 2021.
Estamos em quarentena. Isolados, separados fisicamente. O confinamento pode ser doloroso, não vamos mentir. No entanto, com música tudo se torna mais fácil.
Numa altura em que todos estamos a tentar Stayin’ Alive (Bee Gees), há que seguir algumas New Rules (Dua Lipa). Na fila do supermercado, por exemplo, diga a quem se aproximar demasiado: Don’t stand so close to me (The Police). Também não se pode esquecer de lavar bem as mãos, pois sem querer pode tocar em alguma coisa Toxic (Britney Spears). A brincadeira poderia sair cara, e passado uns dias começar a sentir Fever (Elvis Presley). Seguir-se ia uma sensação de Harder to breathe (Maroon 5) e teria de correr a chamar o Doctor Doctor (Thompson Twins) que provavelmente lhe diria qualquer coisa como: You sound like you’re sick (The Ramones).
Ninguém quer ser um Sick boy (The Chainsmokers), por isso o melhor é ter cuidado, mantendo sempre pensamento positivo: I will survive (Gloria Gaynor). Isolation (John Lennon) é a palavra de ordem, bem como You can’t touch this (MC Hammer), por isso nada de vacilar. O Sacrifice (Elton John) pode ser grande, mas We can work it out (The Beatles)!
Quando pudermos finalmente sair de casa e voltar à nossa rotina, cantaremos Hallelujah (Leonard Cohen)… O coronavírus veio virar as nossas vidas do avesso e obrigou-nos a grandes adaptações, mas Don’t stop believin’ (Journey)! Não há dúvida de que nada será como dantes e que It’s the end of the world as we know it (REM). No entanto, apesar das mudanças, a vida retomará o seu curso e Everything will be allright (The Killers).
O Teatro enquanto arte e ofício, ganha sentido através da presença conjunta de pessoas num mesmo lugar, a uma mesma hora, para assim vivenciarem conjuntamente uma situação ficcional e relacional entre quem executa e quem observa, entre Artistas e público, palco e plateia.
Esta crise pandémica está a paralisar o mundo de forma nunca antes vivida, circunstância que já está a influenciar os comportamentos e os relacionamentos humanos e, consequentemente, a forma como a classe artística, em plena combustão invisível, cozinha o incógnito futuro.
Por outro lado, nenhum modelo de programação consegue ainda ter resposta para uma situação em que se desconhece quando é que se regressa à vida dita normal e quais as exigências funcionais que nos vão ser colocadas, entre muitas outras questões.
O nosso olhar Meridional perante o mundo, está inevitavelmente também em processo de reflexão/ação, antevendo que as características do público, enquanto entidade recetora, também sofrerão alterações significativas e, como tal, os mecanismos e processos de comunicação terão igualmente de se agilizar inteligentemente.
Uma coisa é certa: queremos continuar a pensar e fazer Teatro e, embora a relação com o público, de imediato, só seja possível de uma forma virtual, estamos a aproveitar este período para refletir e concretizar atividades – já lançámos várias iniciativas de âmbito criativo nas redes sociais e vamos continuar a explorar esse campo de comunicação – e pensar projetos que envolvam os nossos pares e o público e que nos permitam alimentar outros saberes.
Queremos acreditar que este é um período em que todos temos de fazer ainda mais uns com os outros e, principalmente, uns pelos outros.
O teatro, tal como o víamos e sentíamos há uns dias, irá com certeza voltar aos poucos, mas nunca será exactamente igual, pois conheceu uma “paragem” que nunca tinha acontecido na sua história. O teatro nunca tinha parado a uma escala global e de uma maneira tão imprevista e repentina. Como será o teatro uma vez superados os perigos e os abalos desta situação? Haverá sempre um antes e um depois, creio eu.
O Teatro Aberto foi dos primeiros teatros a pôr alguns dos seus espectáculos em streaming. Entendemos essa iniciativa como um gesto cívico e simbólico, como uma forma de o teatro continuar a existir na vida das pessoas e também de ser lembrado como aquilo que era e é verdadeiramente. O verdadeiro teatro é um espaço de encontro e partilha, onde a comunicação se estabelece ao vivo entre os actores e os espectadores. O teatro precisa da proximidade do outro. É feito e acontece à vista do outro. É essa a sua essência. Quando o verdadeiro teatro voltar, como é que o público irá vê-lo? Com mais estima, pelo redobrar da alegria de se poder voltar a juntar para assistir a um espectáculo ao vivo? Ou, pelo contrário, com desconfiança, por não estar suficientemente separado? Quando e como é que os teatros vão voltar a abrir as suas portas?
Quanto tempo mais vamos estar parados? Semanas? Meses?
Nos últimos dias, tem-se ouvido falar de uma luz ao fundo do túnel. Talvez seja verdade, talvez haja essa luz. Por mais que queira, não observo só esperança nessa luz. Vejo também o comboio, com classes ainda mais desiguais e uma nova terceira classe, onde nem sequer há bancos para as pessoas se sentarem.
Quando afasto estes pensamentos sombrios, imagino que a viagem neste “Interpaíses” talvez nos leve a um bom destino e os apeadeiros sejam lugares aprazíveis. Enquanto espero vou reler um livro de Beckett que tenho ali na minha estante.
[O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]
Durante este tempo pensámos nas crianças e nos jovens dentro das suas casas. Queríamos que pudessem continuar a relacionar-se com o LU.CA, ultrapassando a dimensão do teatro na calçada da Ajuda, transportando esta relação para um outro lugar na ausência de lugar físico.
Durante este tempo, estivemos em diálogo com os artistas organizando calendários e encontrando soluções para cada espectáculo e actividade que estava programada, trabalhando para garantir os compromissos que tínhamos assumido.
Dado o interesse de alguns artistas em testar o que este novo contexto propõe, alguns projetos transitaram para um modelo exploratório online.
Há obras que, por alguma razão, se ampliam através deste formato. Pelas características das metodologias utilizadas pelos criadores, foi possível avançar mais do que esperávamos, e ao mesmo tempo chegar a novos públicos.
Se, por um lado, esta paragem forçada tem sido extremamente penosa, por outro vemos que está a nascer um novo tempo e um novo lugar artístico. Como resultado deste confinamento, procuraram-se soluções criativas para a resolução de novos desafios que afinal se revelaram enunciados.
É nesta capacidade de redescoberta e de exploração que queremos investir.
O LU.CA está a desenhar o seu futuro em diálogo com as equipas artísticas, com os técnicos, os professores, os investigadores e os pais, e em relação com o que está à volta.
Ir ao LU.CA é assistir a espectáculos, mas também é conviver com as artes que orbitam à volta das practicas performativas; agora passaremos a explorar essa relação nos “novos espaços”.
Os palcos que aí vêm serão vários e as dinâmicas com os públicos terão de ir para além da experiência da rotina: o corpo no espaço físico do teatro.
Um teatro para crianças e jovens vai continuar a existir porque essa experiência é única, real e intransponível, mas queremos crescer noutros canais. Iremos fazê-lo não só construindo novas formas de contacto com as obras e com os artistas, mas também apresentando novas obras exploratórias que, acredito, se iniciem à luz deste novo contexto: projectos que encontrem no online um desafio e um contexto favorável para fazer crescer novas ideias.
A cultura é um valor fundamental nas nossas vidas e, por isso, depois destes dias de confinamento, não haverá incertezas na defesa desse princípio fundador da liberdade. Faremos, juntos, um caminho que nos devolva a casa os artistas e os públicos sem os quais este teatro são só paredes vazias.
O que temos para oferecer é o resultado de um compromisso com todos e cada um, técnicos, artistas e espectadores: Uma temporada preparada com o mesmo empenho e a mesma alegria que nos é característica, e onde ninguém ficou para trás.
Mas quero sublinhar isto: estamos e estaremos prontos para reforçar o coletivo e proteger cada um daqueles que vierem ter connosco. Temos consciência do impacto que algumas mudanças irão produzir nas artes da proximidade como o são as artes performativas. Serão vários os desafios a enfrentar mas nenhum deles nos faz vacilar quando afirmamos que estaremos prontos e em segurança.
É no coletivo que o desejo do teatro se converte em representação. É no indivíduo que ele se prolonga. As salas são cheias de indivíduos, não são só números. Abrimos porque vos queremos nossos cúmplices. E isso implica proteger todos e cada um.
No futuro próximo, os artistas continuarão a ser o nosso presente. Eles são o centro do nosso trabalho. Conscientes do momento que se atravessa, queremos que saibam que o São Luiz é o que tem sido por vossa causa e, por isso, estamos na linha da frente na defesa dos vossos direitos. Juntos, somos mais teatro. Juntos, saberemos olhar para estes tempos sem esconder que a fatalidade não se transforma em oportunidade ignorante. Muda-nos. E seremos, todos, melhores na mudança.
Desde que fechámos, a coisa mais importante que estamos a fazer no Teatro do Bairro Alto é encontrar maneira de, com os mecanismos legais disponíveis, assegurar o pagamento dos compromissos com artistas e restantes trabalhadores. Não deixámos de fazer planos e conjecturas, de reagendar espectáculos, de imaginar o futuro (é essa a definição de programar); mas temo-nos sobretudo concentrado no presente, é aí que começa a nossa obrigação.
Neste presente suspenso, divulgámos online a brochura que teria a nossa programação até Junho e ficou por imprimir, artefacto de uma realidade alternativa; preparamos um novo processo de obras no edifício, desta vez nas zonas de bastidores; e pensamos no que pode fazer, em tempos de isolamento, um espaço que serve para juntar pessoas.
Como o TBA, antes de abrir, começou online (com fotos e vídeos e um podcast), interessa-nos promover a interrogação de alguns formatos digitais, prosseguindo assim a nossa vocação experimental: os teatros estão fechados, mas o teatro não é impossível. E também não é obrigatório: há muitas pessoas (público e artistas) que não querem nem podem mudar-se de armas e bagagens para o Zoom. Esperaremos por/com elas.
E será talvez gradualmente que voltaremos a estar juntos, a estar perto. Pouco a pouco, que de crescimentos exponenciais já estamos fartos.
[O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]
Ricardo Henriques (texto) e Nicolau (ilustração)
1.º Direito
Graça, a protagonista desta história – que, curiosamente, também se encontra fechada em casa -, sente-se entediada. De forma a passar o tempo, Graça observa os seus vizinhos da janela. Entre os vários moradores do prédio da frente, vive um músico que dá concertos para a vizinhança, um fotógrafo que, crê a Graça, é incompreendido, e alguns clientes do Café Dias. Mas há uma pessoa em particular que lhe interessa mais que as outras: o novo vizinho do 1º direito. Como ele passa horas sentado a uma secretária a escrever ou a olhar pela janela, como a Graça, ela tem quase a certeza de que ele é um assaltante a planear o seu próximo golpe. Será?! E, afinal, quem observa quem? 1.º Direito é uma história de suspense e mistério, contada com cores quentes, contornos policiais e alguma intriga internacional, e que promete prender os seus leitores aos sofá. Este novo livro do Pato Lógico, que conta com os textos de Ricardo Henriques e com as ilustrações de Nicolau (ilustrações), inspira-se ligeiramente no filme Janela Indiscreta, realizado por Alfred Hitchcock em 1954 e inclui uma homenagem ao director de arte Hal Pereira, habitual colaborador do realizador.
Rachel Bright
O Leão que temos cá dentro
Nem sempre é fácil ser-se pequeno, que o diga o Rato. Mas quando este parte numa viagem em busca do seu rugido, descobre que não é preciso ser-se grande nem valente para se encontrar a nossa voz. Esta é uma história de amizade, coragem e valentia que mostra que, até a mais pequenina das criaturas, pode ter um coração de leão.
José Maria Vieira Mendes e Madalena Matoso
Para que serve?
Este é um livro para os mais curiosos. E tudo porque ele adora fazer perguntas. Na verdade, ele gosta muito mais de um mundo com perguntas do que de um mundo com respostas. Talvez goste de alguma confusão e seja também, talvez por isso, que faz tantas perguntas: porque as perguntas confundem o mundo. E todos sabem que, um mundo sem alguma confusão e mistério, é um mundo triste e aborrecido.
Alice Vieira
Trisavó de Pistola à Cinta e Outras Histórias
Este livro de Alice Vieira reúne dez histórias completamente diferentes umas das outras. Histórias de programas de televisão que prometem felicidade para sempre, de avós trazidos para a grande cidade e que morrem de saudades das árvore do quintal, deste nosso tempo de famílias complicadas, de heroínas familiares que, de repente, se descobre não terem sido assim tão heróicas quanto isso.
Christian Robinson
Outro
Este livro transporta o leitor para uma Alice num país das maravilhas para mais pequenos. Um lugar só de crianças, de brincadeiras e de passeios fora de horas. Considerado o melhor livro infantil ilustrado de 2019 pelo New York Times e pela New York Public Library, Outro é um livro mágico e sem palavras, que retrata uma insólita e colorida viagem ao outro lado do espelho.
Eric Carle
A pequena semente
Este livro relata a aventura de uma pequena semente até se transformar numa flor gigante. Apesar da sua delizadeza, a pequena semente consegue ultrapassar todos os perigos e ameaças até se tornar na flor imensa que todos querem admirar. De uma forma só simples na aparência, Eric Carle mostra às crianças o mundo que as rodeia, descrevendo, através de cores e frases poéticas, o ciclo natural de uma planta ao longo das estações do ano.
Benji Davies
Ursito Tito
Esta é uma coleção de quatro livros destinada aos mais pequeninos e que promete muita animação e aventuras. Através de ilustrações apelativas e cheias de cor, Benji Davies estimula as crianças a procurar, contar, imitar e questionar, e os mecanismos interativos presentes nos livros são ideais para os pequenos dedos dos seus leitores. Os títulos disponíveis são: Um Dia na Quinta, Aventura Pirata, Ajudar no Zoo e Brincar no Parque .
Rubem Fonseca
O Doente Molière
Romancista, contista e argumentista de cinema, natural de Minas de Gerais, no Brasil, com uma vintena de obras editadas, Rubem Fonseca foi galardoado com o Prémio Camões 2003. A sua obra constitui uma viagem impiedosa pelo universo urbano brasileiro, sórdido, violento e perturbador, povoado por personagens desamparadas: policias e marginais, escritores fracassados, novos-ricos frustrados, mulheres e homens desesperadamente sós. Através dos seus escritos acedemos a um mundo ficcional pleno de agressividade e de humor corrosivo, mas capaz de um inesperado lirismo. Neste romance, atípico na sua obra, o autor extrapola sobre as misteriosas, e por isso mesmo famosas, circunstâncias da morte de Molière, um momento da biografia do conhecido dramaturgo francês do século XVII que se tornou uma referência no meio teatral. O relato é narrado por um marquês anónimo, membro de ilustre estirpe, mas literato falhado que “gostaria de escrever para teatro, de ser como o meu amigo Molière ou como Racine”. Daí o seu fascínio pelos ambientes e figuras do teatro francês da época.
Sextante
Ryszard Kapuscinski
Andanças com Heródoto
Heródoto foi o autor da história da invasão persa da Grécia nos princípios do século V a.C., conhecida simplesmente como As histórias de Heródoto. Apelidado de “pai da história” foi o primeiro não só a reter o passado mas também a considerá-lo um problema filosófico ou um elemento de pesquisa que podia revelar o conhecimento do comportamento humano Recém-licenciado, a trabalhar para uma agência de notícias polaca e com um desejo inquieto de conhecer os povos além-fronteiras, Ryszard Kapuscinski, parte em reportagem, durante vários anos, levando consigo um exemplar das Histórias de Heródoto. Movido pelo espirito das reflexões do autor clássico grego, atravessa a Índia, a China, a Ásia Menor e a África. Nestas páginas, tenta perceber não só o rumo da História recente, como compreender os hábitos e costumes do “outro”, revelando “a percepção da cultura como espelho, onde nos podemos ver para nos conhecermos melhor”. Por isso, a cada manhã parte, incansável para uma nova viagem.
Livros do Brasil
Jorge Sousa Braga
Matéria Escura e outros poemas
Jorge Sousa Braga é autor de uma vasta obra poética, iniciada em 1981. A escrita de livros infantis é outro dos seus talentos. O seu Herbário (2014) foi distinguido com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil. O seu mais recente livro de poesia põe fim a um longo interregno após a publicação de O Novíssimo Testamento e outros poemas, em 2012. O poeta revela-nos novas reflexões pessoais em A Matéria Escura e outros poemas, obra que se inspira naquela que, em Cosmologia, é uma forma postulada de matéria que não interage com a matéria comum, nem consigo mesma. Ela só interage gravitacionalmente e, por isso, a sua presença pode ser inferida a partir de efeitos gravitacionais sobre a matéria visível: galáxias distantes, enxames de estrelas, quasares, poemas quânticos, princípios de incerteza. No poema Glosas lê-se: “Nenhum homem / é uma ilha / muito menos um continente / mas uma estrela / que brilha / e se apaga / de repente / E mesmo depois / de se apagar / pode continuar / a brilhar e- / ternamente”.
Assírio & Alvim
William Shakespeare
O Rei João
O Rei João, uma das peças históricas menos representadas de Shakespeare, aborda um tema caro ao autor: a perturbação da vida pública da Inglaterra provocada pelas disputas dinásticas. O dramaturgo examina uma das questões essenciais na Inglaterra medieval: a ilegitimidade do governante, a usurpação do poder e a sua manutenção pela força. Na passagem do século XII para o século XIII, o Rei João, conhecido como João Sem-Terra, defende o seu direito de governar contra Arthur, seu sobrinho, filho do seu irmão mais velho, e após a morte deste contra os seus partidários. Para tal submete-se ao Papa Inocêncio III, com o qual mantinha uma disputa. A obra, frequentemente criticada pela sua estrutura episódica e enredo errático, acaba por se mostrar adequada a representar as ambiguidades e as contradições inerentes às situações de incerteza política. O decurso da acção muda frequentemente, expondo os caprichos da fortuna num estado permanente de insegurança. Tradução introdução e notas de Nuno Pinto Ribeiro.
Relógio D’Água
Paulo José Miranda
Aaron Klein
“A vida começa com gritos de dor de ambos os lados. Essas dores ficam incrustadas nos dois seres envolvidos no nascimento. Nódoas de dor que nunca saem”. É, portanto, sobre o signo da dor que nasce o romance Aaron Klein, de Paulo José Miranda, intensa busca da interioridade mais íntima do ser humano, a partir da figura de Aaron Klein, judeu regressado a Lisboa, depois de ter deixado a cidade, ainda criança, partindo com os pais rumo a Israel, a terra prometida. A partir do ponto de vista das várias personagens que habitam o livro, num discurso polifónico, a vida, o pensamento, a escrita de Aaron Klein são reconstruídos como um mosaico, em que ficção e realidade se cruzam, para esboçar um breve tratado da infelicidade humana. Personagens reais como Helder Macedo, George Steiner, Ricardo Ben-Olien, Fernando Gil juntam-se a Vera, Ruth Munzer ou Aaron Klein, para dissolver as barreiras entre ficção e real, literatura e ensaio, mostrando que, nos livros, como na vida, todos somos estrangeiros sobre a terra.
Abysmo
Luis Landero
Chuva Miúda
Chuva Miúda é um romance que se inicia com a perspectiva de uma festa e termina em desgraça. Gabriel decide celebrar o octogésimo aniversário da mãe e, para isso, terá de contactar as irmãs a fim de reunir a família para a feliz ocasião. Todavia, estes telefonemas entre irmãos despertam rancores antigos, relembram erros do passado e põem em confronto diferentes visões do mesmo episódio. Aurora, a discreta mulher de Gabriel, é a confidente pela qual passam todas as histórias que durante anos estiveram guardadas no mais fundo de cada uma das personagens. O escritor espanhol, Luis Landero, revela que todas as famílias, sob o disfarce do amor filial, escondem uma complexa teia de invejas e jogos de poder. Simultaneamente, traça um retrato social do início dos anos 80 em Espanha, o período pós-transição do Franquismo para a democracia, através da história desta família de classe média baixa que apesar do trabalho não se consegue afastar da pobreza.
Porto editora
Schuiten, Van Dormael, Gunzig, Durieux
O Último Faraó
Originalmente criada pelo belga Edgar P. Jacobs, Blake e Mortimer é uma série de grande sucesso mundial. Os protagonistas são o professor Philip Mortimer, um destacado cientista inglês, o capitão Francis Blake, membro dos serviços secretos M15, e ainda o coronel Olrik, no papel de eterno adversário Este 26º volume da série conta com uma imagem renovada e com quatro novos autores: François Schuiten, um dos grandes ilustradores belgas, Jaco Van Dormael (realizador dos filmes premiados com Oscares e em Cannes: Totó o herói, O Oitavo Dia, Sr. Ninguém), Thomas Gunzig (autor e colunista) e Laurent Durieux (autor de cartazes notabilizado por Spielberg e Coppola). Este novo albúm, fiel, mas ao mesmo tempo muito pessoal, confronta os heróis com uma energia de origem desconhecida que ameaça a sobrevivência da humanidade. Vinda das profundezas do Palácio da Justiça, em Bruxelas, ninguém parece capaz de conseguir contê-la… a não ser, talvez, Philip Mortimer. Mas, desde O Mistério da Grande Pirâmide, o tempo foi passando. Estará o professor preparado para enfrentar os mistérios do Egito que lhe regressam à memória?
Asa